quarta-feira, 22 de outubro de 2014

QUEM CONTA UM CONTO...CONTA A CINCO MÃOS - PERDÃO...A QUEM BENEFICIA?



PERDÃO... A QUEM BENEFICIA?

Perdoar e desculpar têm o mesmo significado no dicionário. Mas sentimos e agimos de maneira diferente, as palavras têm pesos diferentes.  Desculpar, usada para as pequenas faltas, como um esbarrão em alguém, furar uma fila, interromper a conversa com outras pessoas, enfim, pequenas faltas acidentais. E sempre desculpamos, normalmente com um sorriso. Como o peso da falta é leve ou acidental, dificilmente se guardam mágoas ou rancores. E tudo fica resolvido. Perdoar tem um peso maior, porque remete a erros mais graves, que implicam dores e sofrimentos.
A palavra perdoar significa doar mais, doar além, e é isso que o perdão significa: conseguirmos ir além do nosso orgulho e egoísmo, e amar. O perdão é um exercício de amor, ao próximo e a si mesmo também, porque quando nos livramos do remorso, estamos praticando o auto perdão. 
Perdoar é o modo mais sublime de um ser humano crescer. Pedir perdão é o modo mais nobre de se reconhecer o erro. Somos humanos, limitados e sujeitos a erros sempre. Quando erramos, devemos ter a humildade de reconhecer o erro e a nobreza de pedirmos perdão, porém, perdoar não é algo fácil, dependendo da falta, diríamos que, às vezes, o perdão pode parecer impossível!
Muita gente pensa que perdoar é esquecer, nunca mais lembrar, fazer de conta que não aconteceu, mas isso não é verdade, pois, a menos que sofrêssemos de amnésia, os fatos que nos marcam a existência, felizes ou infelizes, nunca serão esquecidos. Para muitos, perdoar se limita a nunca mais querer ver alguém que lhe magoou ou não mais querer ouvir falar de determinado assunto, todavia, a mágoa permanece... E haverá sempre um impeditivo para que a paz possa reinar no coração. Na verdade, o perdão só acontece, quando conseguirmos ver a pessoa que nos ofendeu, conseguirmos nos lembrar da situação que nos causou dor e este fato não mais nos malsinar, não causa mais nenhum desconforto, quando isso acontece, é porque conseguimos perdoar de fato.
Outro fator importante a considerar é que o perdão deve ser incondicional, grandioso, porque se o fizermos impondo condições, não é verdadeiro. Perdoar, portanto não depende dos fatos, e, sim, da nossa intenção.
Perdoar e pedir perdão, ambas situações são exercícios de humildade. Quem de nós nunca errou? Quem de nós nunca precisou perdoar? Devemos aprender a pedir perdão, mesmo sabendo que possa ser tarde demais, mesmo que corramos o risco de ouvir do outro a negação para o nosso pedido. Aí o problema já não será mais nosso, porque fizemos a nossa parte, demos o primeiro passo, nos liberamos da energia negativa do remorso. Mesmo que a dor da negação do perdão permaneça, pois, normalmente, magoamos àqueles a quem amamos. Porém, é importante dar o primeiro passo, abrir a porta do coração ao amor redimido. O resto fica por conta do tempo.
O perdão, é bom que se esclareça, também não é uma palavra mágica, não basta dizer: perdoo e tudo fica bem. O perdão é, antes de tudo, um exercício. É um processo, onde devemos trabalhar o nosso coração com as tintas da humildade e amor, para conseguir êxito.
Perdoar, dependendo da falta, é muito difícil, pois precisamos vencer o orgulho e a vaidade. Precisamos, antes de tudo, pensar no outro, não só na atitude. Só é possível perdoar verdadeiramente, se a importância que o outro tem para nós vem em primeiro lugar.  Quando somos nós os feridos, quando a decepção ainda dói na nossa alma, fica difícil e quase impossível, se falar de perdão. A mágoa cega os olhos da alma, alfinetando nosso ego, minando-nos as forças.
Com o tempo, e os acontecimentos que na vida surpreendem sempre, se nos propusermos a perdoar, aos poucos esse sentimento vai ganhando força e passamos a ver com mais clareza o efeito benéfico do perdão.
Uma coisa importante que deveríamos pensar é que a falta de perdão, a mágoa, o ódio que guardamos da pessoa que nos feriu, prejudica, primeiramente, a nós mesmos. Manter esse sentimento na alma é como guardar lixo no bolso. A alma precisa de leveza para prosseguir, e a mágoa e o ódio são fardos pesados demais que acabam por adoecer o corpo físico, feito para amar e ser amado. Então, perdoar é, na verdade, um benefício em causa própria. Faz bem a alma, faz bem a saúde e a beleza.
Algumas atitudes das pessoas fogem ao nosso entendimento, a nossa compreensão, e o nosso primeiro impulso é condenar. No entanto, se há um amor maior, ele nos leva ao perdão, não importando se esse alguém é muito próximo, se é distante ou mesmo alguém que nem conhecemos e também não importando qual grave e doloroso tenha sido o mal que nos causou. O caminho que nos leva a alcançar a sabedoria desse amor que nos leva ao perdão é, muitas vezes, espinhoso e solitário.  O perdão é a grande demonstração de amor ao próximo.
Encontramos exemplos grandiosos de atitudes de perdão para nos espelhar:
O Papa João Paulo perdoou Ali Agca, o seu quase assassino e ajudou-o a se regenerar, Mohandas Gandhi abençoou aquele que lhe desferiu o tiro mortal. 
Jesus, ainda no infamante madeiro, sob os estertores da morte, voltou os olhos ao Pai Celestial, rogando perdão para a Humanidade, pois não sabíamos o que fazíamos! Eis a máxima grandeza do perdão!

“O perdão é, em qualquer tempo, sempre um traço de luz conduzindo a nossa vida à comunhão com Jesus." (Meimei) 

2 comentários:

  1. Perdoar é lindamente humano para quem consegue fazê-lo e relaxante para quem consegue pedí-lo. Já perdoei e já fui perdoada. Confesso que é muito mais difícil pedí-lo. A sensação é de ficar com a alma literalmente lavada. Parabéns pelo texto lindo!

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  2. Um belo trabalho das princesas. Sucesso garotas.

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