quarta-feira, 26 de novembro de 2014

QUEM CONTA UM CONTO... CONTA A CINCO MÃOS - GUERRA E PAZ


GUERRA E PAZ

Guerra – estado de crise, desalinho de idéias e de sentimentos, estado de violência, de conflitos interiores e exteriores. Podemos começar uma guerra simplesmente com um olhar. Um olhar de indiferença, de frieza, de ressentimento. Às vezes, a guerra é fria, silenciosa, e machuca mais a alma, dilacerando o coração. Feita aos pouquinhos, no dia a dia. Em poucas horas, que se acumulam e se tornam infinitas. Podemos começar a guerra ignorando olhares, mãos estendidas, pedidos inusitados... Ignorando gestos de carinho, de atenção, boa vontade. Uma guerra começa por pouca coisa e pode durar uma vida inteira. A guerra da submissão, que tira o direito da liberdade, em todos os sentidos. Guerra dolorosa, silenciosa, opressora.
Estamos imersos em um mundo, por vezes, desumano e cruel. A vida banalizada aterroriza. Onde foi parar a paz que ontem permitia cercas sempre abertas, para facilitar a interação entre os vizinhos? Onde foi parar o amor, a solidariedade, o olho no olho, a compaixão?
Se formos adentrar nesse terreno onde habita a crueldade, muitas perguntas precisarão ser feitas...
As cercas eletrificadas nos tornam reféns do medo, nossas vidas devassadas pelas câmeras, no BIG BROTHER da modernidade, são para a nossa pretensa segurança. Precisamos de Paz... Mas, o que é a paz? Paz não é necessariamente a ausência de guerra. Como já diz a música do Rappa, “Paz sem voz, não é paz, é medo”.
Paz – estado de plenitude, sintonia de idéias e sentimentos, serenidade das emoções, harmonia externa e interna. Tantas definições explicam o que é a paz, mas só quem já viveu a ausência desta, sabe o que ela significa.
Paz é a calma da consciência tranqüila, é andar sem medo pelas ruas, acreditando que sempre voltaremos para casa ao entardecer.
A paz está presente no sorriso sem medo da criança, que brinca inocente com seu brinquedo. Sentir paz é assistir ao por do Sol por trás da montanha distante e saber admirar este espetáculo divino. É olhar devagar a estrada larga que aponta o horizonte da vida; ouvir o barulho da chuva fina que embala o sono. Paz é silêncio que se faz prece.
Guerra e paz, elementos que vivem em nosso íntimo, dois lobos que se alimentam da nossa emoção. Vivemos sempre em guerra, apenas em poucos momentos sentimos a paz.
Vivemos em eterna batalha pela sobrevivência, há lutas bonitas, de ideais nobres, e lutas horríveis, de violência sem sentido. A guerra só tem sentido quando lutamos contra nós mesmos, na busca de educarmos as nossas imperfeições. A guerra contra o outro é crime, é violência e não leva à paz.
Como podemos encontrar a paz, se não nos bastamos, se somos gananciosos, sempre a busca de mais e mais? Tanta vaidade, egoísmo, falta de amor... O mundo precisa de pessoas com atitudes de paz! Temos de priorizar a nossa essência, entrar em sintonia com nosso bem maior: Deus! Para sermos merecedores de um mundo mais justo, onde as pessoas possam se libertar do ódio, das aflições.
Podemos espalhar a paz com as mínimas coisas, com pequenas atitudes no desfiar das horas, que transformarão os sentimentos, trarão ânimo e esperança, sendo adubo em terra infértil. A paz encontra-se ao alcance de quem tem luz, quer espalhar luz, quer receber luz. Encontra-se na humildade de ouvir, de entender e aceitar... Na cumplicidade e partilha, no desejo de estar junto, de permanecer junto.
Vamos nos unir, contra as imperfeições que há no mundo, contra essa guerra insana, que brota de corações duros, que só visam lucros. Vamos lutar contra a crueldade, contra a miséria, as diferenças sociais. Sobretudo, vamos acreditar no plantio, tendo certeza de que esse nos trará bons frutos, projetando em nossas crianças, que, no futuro, teremos um mundo melhor. O mundo precisa de paz, de flores que enfeitam a vida, das vidas que trabalham para cultivá-las. Cultivemos a paz.
A paz vem de dentro, da  nossa atitude em baixar as armas. Ela só é possível quando vem do íntimo de cada um. Só podemos pensar em paz exterior, quando conseguimos a paz internamente. Não é impossível quando queremos nos libertar do ódio. Podemos transmitir amor com apenas um gesto, um sorriso, assim conseguiremos fazer a diferença. Então vamos sonhar com um mundo sem guerras, ainda temos o direito de sonhar e ter esperança em um mundo melhor.
Cabe, a cada um de nós, extinguir os conflitos internos e externos, frutos do nosso egoísmo e orgulho e, adotando a humildade deixar a paz florescer em nós, lembrando da promessa do Cristo no Sermão do Monte, quando declarou que bem-aventurados são os pacíficos, porque possuirão a Terra.
“Eu quero a paz de criança dormindo” diz a letra de uma linda canção... Busquemos a paz em nós, e façamos com ela, no mundo, uma epidemia de amor!

“A Humanidade tem de acabar com a guerra, antes que a guerra acabe com a Humanidade.”
John F. Kennedy


(Texto a cinco mãos elaborado pelas escritoras Cristiane Vilarinho, Maria Luíza Faria, Nell Morato, Suely Sette e Vólia Loureiro)

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

QUEM CONTA UM CONTO... CONTA A CINCO MÃOS - ENVELHECER, UMA QUESTÃO DE CÉLULAS OU DE SONHOS?



ENVELHECER... UMA QUESTÃO DE CÉLULAS OU DE SONHOS?

Um dia, você se olha no espelho e descobre que o seu cabelo está perdendo a cor, há rugas em seu rosto, seus olhos não possuem mais o brilho de outrora, sua pele perdeu o tônus e a elasticidade e você não tem mais a disposição e mobilidade física de antes. Percebemos, entre estarrecidos e atônitos, que a menina, o jovem de ontem não está mais ali. Deparamo-nos com uma figura estranha, a princípio. Só então nos damos conta que o tempo passou sem avisar.
Um dia, você descobre que a maioria dos seus amigos está barrigudo, calvo e grisalho e suas amigas são senhoras e avós, que usam óculos e se reúnem para falar do passado. Descobre também, que não tem mais a companhia dos seus pais, tios, avós e mesmo de alguns amigos, pois estes já morreram.
Um dia você descobre que já não faz parte do mercado de trabalho ativo, e que certas novidades tecnológicas são complicadas demais para sua cabeça. Um dia, você percebe que envelheceu...
A velhice sempre foi um dos maiores medos do ser humano.  A velhice é um fantasma que tortura  a maioria de nós. Mas, não tem jeito! Todos nós envelheceremos. O dístico popular é bem certo: “Quem não quiser ficar velho, que morra cedo!” E ninguém quer morrer cedo, então, aceitemos que envelhecer é uma contingência natural da vida.
Nascemos, vivemos e voltamos à velha infância, porém a velhice é um fato que, estranhamente, atormenta a maioria de nós. Seja rico ou pobre, envelhecer incomoda as pessoas. Afeta a vaidade, mexe com o ego.
A visão que a maioria de nós tem da velhice é como sendo algo negativo, melancólico e desesperançoso. Sempre se associa o envelhecimento à solidão, à doença, à tristeza e à morte. Porém, o fato não deve ser visto pela ótica do negativo. Se é algo inevitável, pois ou morremos ou envelhecemos, por que não concentrarmos no que o amadurecimento pode nos trazer de melhor, de mais positivo? Importa aqui, aceitarmos com positividade essa etapa tão linda, embora limitada, muitas vezes por problemas de saúde, ou pela solidão que é implacável nessa fase da vida. Por que não começar fixando-nos na idéia de que estamos nos tornando melhores? Que os anos estão simplesmente aperfeiçoando o nosso conteúdo e que a bagagem, agora, é mais selecionada? Podemos encontrar beleza na velhice,  toda idade tem a sua beleza e seu encanto, não será diferente na velhice.
O envelhecimento nos dá o privilégio de podermos escolher sem tanta culpa, ou culpa nenhuma. Proporciona-nos a sabedoria de podermos decidir entre o que vale a pena e o que pode ser descartado tranquilamente. Se o cabelo já não tem tanto brilho, as idéias podem ter. Se há marcas de expressão ou rugas mais profundas, há, em compensação, mais segurança, mais sensatez, mais doçura também. Se a vitalidade diminui, aumenta o prazer da quietude, do sossego e do exercício de maior cumplicidade.
A nossa existência pode ser comparada às quatro estações do ano, cada uma com a sua utilidade e beleza. Na infância, temos a inocência, a alegria, o eterno descobrir, seria a primavera da vida, o eterno florescer. A mocidade é a fase da impulsão, das conquistas, das construções profissionais, de relacionamentos, formação da família, seria o verão da nossa existência. A madureza é a fase da prosperidade, da colheita dos frutos plantados, ainda há o viço do corpo, porém, já existe um quê de maturidade, ao invés de impulsão, de paixão, existe a tranqüilidade do saborear a qualidade, esse é o outono da existência. E chega a velhice, o inverno, que não precisa ser visto como algo frio e lúgubre, mas como a fase da fecundidade da alma, o tempo da contemplação, da reflexão, da espiritualização, o anoitecer da existência. A noite, porém, é bela, tem as estrelas e o luar, que suaviza as cores fortes do dia, que traz a paz, e nos prepara para um novo despertar. A velhice é bela, faz parte da vida, sobretudo quando aceitamos essa metamorfose como sendo necessária. O tempo traz sabedoria e só podemos compreender isto, olhando para trás. Então, entenderemos que a velhice é uma dádiva.
O fato de envelhecer não significa que perdemos o direito às alegrias e aos prazeres da vida. É claro que tudo dentro dos limites de cada idade, mas a velhice não é empecilho para coisa nenhuma. Podemos e devemos amar, ser criativos, dinâmicos e felizes. O envelhecimento do corpo é um processo natural, é uma questão celular, todavia a alma, o espírito, pode e deve continuar jovem, conservando a sua essência, sua ternura, jovialidade, sem excessos, sem desatinos.  A alma só envelhece quando desistimos de viver.
Algumas pessoas negam a velhice e buscando permanecer eternamente no viço da juventude gastam fortunas com cirurgias plásticas e tratamentos cosméticos que, em excesso, deformam e tiram a beleza, algumas procuram conservar comportamentos imaturos, como se isso lhes impedisse de envelhecer, entretanto a velhice é algo inexorável. Nada contra cuidarmos da nossa aparência, um retoque aqui e ali, para se manter uma aparência mais bela, porém, sem excessos, respeitando o bom senso e a Natureza. Outras pessoas, ao contrário, entendem a velhice como sendo o fim da vida e passam a viver do passado, reclamando do presente, tornando-se introspectivas, amargas, sempre a dizer: No meu tempo não era assim... Às vezes, a forma como tratamos os idosos, os levam a ficar assim, amargos, como se já tivessem mortos em vida. Precisamos olhar com mais carinho para os idosos em nossa volta. Um dia, foram eles que conduziram os nossos passos primeiros, cuidando de nós numa entrega de amor total. Lembremos que amanhã estaremos trilhando o mesmo caminho que eles trilham hoje. Merecem, pois, respeito e dignidade.
Paremos de reclamar, aceitemos o envelhecimento como algo natural e belo. Ser velho não significa ser decrépito. Depende de nós envelhecermos e continuarmos jovens em espírito. Mudemos o caminho, busquemos coisas novas para a vida, reinventemo-nos, vivamos felizes e com esperança e plenitude, lembrando que sempre é tempo de aprender e de amar.

“Se o tempo envelhecer o seu corpo, mas não envelhecer a sua emoção, você será sempre feliz.” Augusto Cury
                                                         

Texto a cinco mãos pelas escritoras: Cristiane Vilarinho, Maria Luíza Faria, Nell Morato, Suely Sette e Vólia Loureiro.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

FÊNIX



FÊNIX

Vólia Loureiro do Amaral Lima

Joguei meu pranto no vento,
E as lágrimas voaram,
Libélulas coloridas,
Voejando em torno de mim.

Abri minhas janelas,
E deixei que o silêncio ocupasse,
Cada espaço que era teu.
E o vazio preencheu a tua ausência.

Corri ao Sol,
E rasguei a alma,
Expus por inteiro,
As dores e as chagas.

E de mim escorria,
Um pranto sangrento,
Havia o som de um sentido lamento,
Ou era apenas o vento?

Matei, assim,
O teu amor em mim,
Esfacelei-me até o fim,
Num autocídio de alma.

E quando o Sol voltou a surgir,
Ergui-me sem cansaço,
Juntei os meus pedaços,
E voltei a cuidar de mim.


 12/11/2014          

AQUELA VIAGEM


AQUELA VIAGEM!     AO ENCONTRO DO AMOR...

Juliana estava em frente ao notebook, olhos fixos na tela e no belo rosto masculino, de lindos cabelos castanhos, boca sedutora e sorriso ausente.   Vez ou outra, sua mão acaricia suavemente o rosto na tela e os olhos da figura marcante parecendo fixos nela, e acompanhando seus movimentos. Demora-se naquele ritual doloroso, até que as lágrimas escorrem pelo seu rosto e se entrega num pranto compulsivo.
- De que adianta?  Não está olhando para mim!  - grita, a voz embargada pelo choro.
- Que vou fazer para te tirar da minha cabeça?  Não quero mais pensar em ti. Como posso te desejar ainda?  Você foi um canalha! E eu vou enlouquecer. Baixa a tela fechando o note e se atira no sofá, escondendo o rosto numa almofada, como a pedir socorro, para aplacar a saudade e o cruel sentimento de rejeição que a devora, desde que recebeu aquele e-mail.
Juliana Megavich, meses atrás, apaixonou-se perdidamente por um amigo de bate-papo no Facebook.  Falavam todos os dias, trocavam músicas e muita informação. A empatia foi aumentando dia a dia, quando acordava, lá estava no chat, um “bom dia” caloroso.  Falavam a tarde e a noite também. E a amizade se transformou em desejo.  A sensação era física, sentia seu corpo dolorido e arrepiado cada vez que se falavam.  Não aguentando mais resolveu comentar o que sentia.  Ele ficou surpreso e pareceu gostar do que provocava nela.  Então, começou a pedir fotografias e para que ela instalasse um aplicativo para poderem falar por telefone, via internet, ela no Brasil e ele na Espanha. Demorou a tomar providências e numa bela noite, muito agradável, ele simplesmente sumiu, apagou o face, sumiu tudo.
Durante dias e dias, Juliana tentou entrar em contato, não sabia o que estava acontecendo, enviou vários e-mails, e não recebia nenhuma resposta, nenhum sinal. E decidiu escrever uma linda carta de amor, como última tentativa de contato.  Agora, sabia que estava apaixonada, sentia a falta dele, eram só palavras escritas no chat, mas era tudo o que tinha. Enquanto escrevia a carta, percebeu que a ausência dele poderia ser pela falta de confiança dela, em não enviar as fotografias e instalar o aplicativo. Pediu perdão pela demora em solucionar esse impasse.  Precisava de notícias, estava desesperada sem saber o que havia acontecido.
Naquela linda carta de amor, desnudou seu coração e falou de todos os seus sentimentos por ele, sem entender muito bem como aconteceu, de apaixonar-se por alguém sem ver, sem tocar, sem ouvir a voz, sem sentir o cheiro.  Mas sentia o desejo aflorando em seu corpo, todos os dias e o dia todo quando pensava nele, ou quando sonhava.  Despediu-se pedindo perdão pela falta de confiança, mesmo sabendo que ele não a perdoaria, sabia que era tarde demais. Enviou a carta e ficou na esperança de receber notícias, mesmo que não a perdoasse de imediato, acreditava que voltariam a se falar.
Os dias passavam devagar e nada acontecia.  Continuava sem notícias dele, sem saber o que havia acontecido para sumir repentinamente. Mas alimentava a esperança de que de alguma forma ele faria contato.  Um dia naquela semana, ao abrir o seus e-mails, deparou-se com um especial, e custou a acreditar, que Nicholas Castell o havia enviado em resposta à sua carta.
Abriu o e-mail e à medida que ia lendo, as lágrimas rolavam silenciosas pelo seu rosto.  Quando chegou a última linha, voltou ao início e leu outra vez e outra, não conseguia acreditar no que estava escrito, e gritou:
- Canalha! Canalha e covarde! Como pode me excluir do seu perfil no Facebook? Se não queria nada, não desejava nada, podia ter dito, podia ter falado comigo. Eu o deixaria em paz! Uma raiva furiosa tomou conta dela, queria esbofeteá-lo naquele momento, pela covardia do ato infame.
Mas, o tempo foi passando, e a raiva se apagando. O amor que sentia parecia mais forte e os sonhos mais frequentes. Continuava alimentando os sentimentos, sem saber o que fazer.  Incrível que ainda havia um resquício de esperança, uma determinação de reverter o que havia acontecido.  Mas não sabia como fazer e nem o que poderia ser feito.  Alternava momentos de raiva, pelo desprezo e rejeição, e outros de perdão pelo ato canalha que o afastou dela.
Nada melhor que o tempo para acomodar um coração partido e curar, parcialmente as feridas.  E assim, a mente fica liberada para pensar em tudo o que aconteceu e talvez, quem sabe, procurar uma solução.  E Juliana passou a sonhar acordada.  E seus sonhos a levavam para longe dali. Devaneios e ilusões de uma mente apaixonada.
Sonhava em encontrar uma linda casinha isolada, para onde pudesse levar o seu amor. Ela sonhava acordada e enquanto dormia, e os sonhos começaram a se misturar e Juliana não sabia mais o que era real e o que era sonho.  Então, num feliz momento de lucidez, decidiu tomar cuidado e não se envolver demais com seus devaneios.  E resolveu tentar esquecer o que sentia pelo Nicholas.  Não queria mais pensar nele, e se entregou ao trabalho, com o firme propósito de esquecer aquele sentimento que nutria por ele.  E às vezes pensava no desejo que aflorava em seu corpo, cada vez que se lembrava do seu rosto e das suas palavras, das músicas que ele gostava e que ela passou a ouvir.  Podia controlar os sonhos quando estava acordada, mas quando dormia, sonhava muito.
Depois de cinco meses, onde chorou, sofreu, foi rejeitada e desprezada, descobriu que estava muito bem e sentia-se forte e pensava estar pronta para esquecer. Enganou-se!    Sentia a falta dele, saudade de conversar, e percebeu que o que sentia era tão forte que até poderia sentir o cheiro dele, sem nunca ter estado com ele.  O perfume de seus cabelos macios e sedosos, sem nunca ter tocado.  Não conseguia explicar, se realmente estava apaixonada ou era uma obsessão doentia.
Precisava de uma resposta, não suportava mais o desejo que a dilacerava, a vontade de beijar aquela boca sedutora e sentir as belas mãos em seu corpo. Talvez se eles tivessem se encontrado, poderia ter se decepcionado, e aí o teria esquecido com facilidade.  E só existia uma maneira de buscar a resposta.  Precisava encontra-lo pessoalmente.  Deveria fazer aquela viagem! Uma viagem ao encontro do amor!
Dedicou-se a fazer planos para uma possível viagem para a Espanha. Nem sabia direito onde Nicholas residia.  Mas estava determinada a encontra-lo, e a internet poderia auxiliar na busca pelo munícipio de Alboraya, na Província de Valência. Consultou os mapas do Google para se localizar, verificando que a cidade ficava muito próxima de Valência. Não sabia se poderia ir direto ou deveria ir para Madri e ficou o resto do dia fazendo planos e pesquisando.
Ao final de 48 horas, Juliana estava com seu roteiro de viagem concluído. Pegaria um voo para o Rio de Janeiro e de lá , um voo internacional direto para Valência. De Valência, poderia tomar a Linha Três do Metrô, porque o município de Alboraya estava ligado à área metropolitana de Valência.  Economizaria alguns trocados, porque a sua grande viagem ficaria com a conta muito salgada. Para localizar a residência de Nicholas, teria que tomar um taxi, não poderia ficar circulando a pé. Decidiu fazer reserva no Hotel Olympia Valência, que fica perto da praia em Alboraya.  Seria muito bom, dependendo do resultado do encontro, poderia se afogar no Mar Mediterrâneo.
Verificou o passaporte e demais documentos, para não ter surpresas desagradáveis. Consultou a internet para saber o clima na região, para fazer suas malas, não gostaria de levar muita bagagem, não queria pagar excessos, mas também não gostaria de precisar gastar com vestuário na Espanha.  O motivo daquela viagem era encontrar ou não o amor, não estava viajando para fazer turismo.
Juliana chegou à Valência numa linda manhã, e tão logo desembarcou, saiu do prédio do aeroporto para ver o céu lindamente azul e o sol brilhando.  Sentia-se muito feliz.  Informou-se da estação do metrô e rumou para lá, seguindo o seu roteiro.  Desceu na estação em Alboraya, e respirou fundo.  Tomou um taxi para o hotel, onde iria descansar e se preparar para ir ao encontro de Nicholas.
            Após um banho relaxante, dirigiu-se ao restaurante para uma refeição e pensar como iria fazer para bater na porta da casa dele.  Entrou em pânico, e se ele tivesse mentido para ela e fosse casado? Tudo poderia acontecer, até encontrar uma senhora Castell.  Resolveu que faria uma investigação prévia, mas não desistiria sem tentar.
Juliana seguiu para a residência de Nicholas, o taxi a deixou próxima da casa, em frente a uma Loja de Doces.  Entrou na loja e fez algumas perguntas para uma simpática moça no balcão.  Descobriu que naquela casa vivia um homem sozinho.  Quase saiu correndo em direção à casa.  Controlou-se e foi andando até a porta e bateu.  O corpo tremia e suas pernas pareciam que não aguentariam o seu peso.  A porta abriu e ela o viu, igual na fotografia, ele ficou olhando curioso, a moça na sua frente, até que ela fala:
- Olá Nicholas? Está me reconhecendo?  Estou diferente da fotografia, mas sou a Juliana, não vai me convidar para entrar?
Nicholas fica visivelmente surpreso, mas afasta-se para lhe dar passagem, e ela entra na casa.  Ele fecha a porta e a convida para sentar no sofá em frente.
- O que você está fazendo aqui?  Como... Por que ... Você veio? Depois que eu...
- Não diga nada, eu sei o que você fez.  A verdade, eu vim aqui buscar a verdade sobre o que eu sinto por você.  Não aguento mais a saudade que sinto dentro de mim e o desejo de ter você.
Ele se afasta até uma janela e fica olhando para fora durante um tempo, então se vira para ela e pergunta como vai saber a verdade.
- Não nos conhecíamos pessoalmente, então pensei que se viesse aqui e olhasse para você, eu saberia a verdade, poderia me decepcionar e tudo ficaria resolvido.
Nicholas se aproxima dela, e durante alguns instantes fica olhando-a, sem saber o que dizer.  Então, ela chega bem próxima, e lhe diz:
- Você sequer imagina, quantas vezes eu olhei sua fotografia e desejei beijar esta boca, tocar em seu rosto e em seus cabelos, ou ser abraçada por você.  Sua voz estava ofegante, percebia-se a emoção e o desejo e de repente ele a abraça e a beija.  Juliana coloca os braços ao redor de seu pescoço, afaga seus cabelos, toca em seu rosto, saciando a vontade do corpo dele. Separam-se e ele parece ficar constrangido e volta a olhar pela janela. Juliana permanece no mesmo lugar, de olhos fechados, como que saboreando aquele beijo e passa a língua sensualmente pelos lábios .
- E então?  Não está decepcionada?  Fale, diga alguma coisa.  Acredito que você perdeu o seu tempo vindo aqui.
- Não.  Eu fiz a coisa certa. Só gostaria de saber por que você me afasta?  Qual o problema? Sou eu? Claro que sou eu!  Puxa, fiquei tão louca que não me dei conta da verdade. Realmente, você não precisa gostar de mim. Nós éramos amigos e bastava para você e eu me apaixonei e estraguei tudo.  Desculpe... Vou embora! Foi um engano!   Lentamente, vai andando em direção a saída e fica parada, olhando para a porta, para se recompor ou acreditar no que acabou de falar.
- Não vá! Se você veio em busca da verdade, não acredito que apenas um beijo a satisfaça.  Fique!  Ele finalmente sorri para ela.
Juliana não tem certeza se escutou ele pedindo para ela ficar, e vai se virando lentamente, e se depara com o lindo sorriso que nunca havia visto e também sorri, larga a bolsa e corre em sua direção e para os seus braços.
Mais tarde, sentados no sofá abraçados, ela fala enquanto acaricia o lindo rosto tão desejado:
- Escrevi uma linda carta de amor para você, depois passei meses sonhando em lhe encontrar e precisei fazer aquela viagem! A viagem ao encontro do amor! Amo você!



quarta-feira, 12 de novembro de 2014

QUEM CONTA UM CONTO... CONTA A CINCO MÃOS - FELICIDADE, REALIDADE OU UTOPIA?


FELICIDADE... REALIDADE OU UTOPIA?

O que é felicidade? Tem gente que não acredita nela, acha que é mera utopia. Porém, a felicidade existe, o problema é compreender o que ela significa. Muito se tem falado sobre tal assunto, em reportagem de jornais, revistas, programas de variedades e, até mesmo, em enredo de novela. Todos têm uma fórmula mágica que se propõe a nos ensinar a encontrá-la em sua plenitude, porém, essa fórmula não existe. A felicidade, entretanto, existe, é um estado de espírito. Todo ser é único, por isso o conceito de felicidade é diferente para cada um, e varia de acordo com o entendimento que se tem do assunto. Aquilo que é motivo de felicidade para um, poderá não o ser para outrem, sim, porque a felicidade só existe quando há um elo entre o ardente desejo e as necessidades verdadeiras. Tem gente que acha que a felicidade é o eterno estado de êxtase, de encantamento, aquela sensação que, vez em quando, sentimos, de termos borboletas voando em nosso peito. Mas, isso não é felicidade, pois os sentimentos de exaltação produzem uma falsa sensação de prazer, que é passageira, tem curta duração.
 A verdadeira felicidade está relacionada com a autoaceitação, o autoamor. Quando conseguimos nos amar e nos aceitar do jeito que somos, com todas as nossas qualidades e defeitos, passamos a compreender melhor o outro; tal fato produz uma sensação de paz e bem estar. A isso chamamos de felicidade.
Fatores externos determinam muitas coisas em nossa vida, mas não são responsáveis pela nossa felicidade, pois esta, quando encontrada e compreendida, sabe dominar as situações adversas, que passam a serem vistas sem as lentes de aumento, usadas por aqueles que veem tudo pela ótica do pessimismo. Se estivermos bem e em paz, fica mais fácil seguirmos os caminhos tortuosos da vida. Podemos ser felizes mesmo diante das dificuldades, das perdas, das agressões. Não que esses problemas nos fiquem indiferentes, porém, eles não são capazes de nos fazer desmoronar.
A felicidade não é um anseio por um tempo perfeito, por uma vida perfeita, ela não se resume a isso, é, sim, uma busca pelo equilíbrio. Primeiramente é preciso saber o que buscamos na vida e, detectado o nosso objetivo, poderemos, então, partir em busca da felicidade tão desejada, pois esta é o encontro do equilíbrio entre as nossas necessidades materiais e espirituais. Para uns, ela vem em partículas que se espalham e contagiam... Que deixam pontos de luz, indicando caminhos e direções. Dura por tempo indeterminado. As verdadeiras partículas de felicidade conseguem se desviar e sobreviver aos terremotos, às tempestades, às quedas que encontram pelo caminho. Enxugam as mais salgadas lágrimas, se irrigam com as doces... Está nos olhares, se encontra na simplicidade, nas pequenas coisas, nas belezas simples do dia a dia, nos carinhos do cotidiano, na consciência do dever cumprido, no amor correspondido, nas amizades valiosas, nos detalhes sutis, nas surpresas... Esta é um estado durável de satisfação, onde nos sentimos plenamente realizados. Porém, para outros, a felicidade se perde pelo caminho, não consegue transpor os rios, nem enfrentar os ventos fortes. É frágil e se sustenta em coisas, em momentos, nos prazeres efêmeros, em pessoas. Tenta fazer morada, mas, não encontra abrigo. Não tem suporte, nem estrutura. Os olhos que a procuram não enxergam seus encantos, não tem duração.
A felicidade é uma opção, uma forma de ver a vida pelo prisma da beleza, do otimismo, do amor. Esperar que esta venha bater à nossa porta é a grande ilusão. Esperar que o sucesso, a fortuna, o príncipe ou a princesa dos sonhos apareçam em nossa vida, como um passe de mágica, por um golpe de sorte, nos trazendo a felicidade, é uma ilusão infantil, porque o que está fora de nós não é capaz de nos fazer felizes. Precisamos buscar a felicidade em nosso íntimo. Em sua busca é preciso ação, mudança de atitude na forma de ver a vida, de encarar os problemas. Isso pode, às vezes, criar conflito com algumas pessoas, e, sem que seja por nossa vontade, a nossa felicidade pode fazer alguém infeliz, porém, a todo momento, estamos ganhando e perdendo, isso faz parte do aprendizado. Desde que não pratiquemos o mal, prejudicando o outro, nós não podemos nos responsabilizar pela autorrealização alheia.   Se a felicidade vive dentro de nós, podemos permitir que ela se externe, podemos libertá-la e aprender a vivê-la, deixando que ela inunde tudo à nossa volta. A felicidade é a soma dos pequenos momentos e as pequenas ações do dia a dia. É fazer as coisas com prazer, alegria.  É como abrir a janela e ver o Sol brilhando ou uma chuva que refresca o dia. É, enfim, o reino dos céus dentro de nós, a crescer e a nos ensinar, a cada dia, mais humanos sermos.

“A felicidade é um problema individual. Aqui, nenhum conselho é válido. Cada um deve procurar, por si, tornar-se feliz.”   – Sigmund Freud.

“Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade.” - Carlos Drummond de Andrade.



quarta-feira, 5 de novembro de 2014

QUEM CONTA UM CONTO...CONTA A CINCO MÃOS - AMOR VERDADEIRO




AMOR VERDADEIRO

Que sentimento é esse, que nos invade o coração, mesmo à nossa revelia? Que nos faz doar a própria vida pela vida de outrem e esquecer as dores, as mágoas, os sofrimentos, os sacrifícios, e, sem cansaço, ir sempre além do que imaginávamos ser capazes?
Que coisa é essa que, quanto mais doamos, com mais força e abundância brota de nós? Fonte inextinguível, plena, que não precisa de motivo para existir, tal como o amanhecer, apenas acontece... Esse é o amor, cantado pelos poetas e trovadores, desejado por todos e vivido em plenitude por poucos. Eis o verdadeiro amor!
O amor é um sentimento lindo, limpo, sem máculas de qualquer espécie. Tem a nobreza como berço. É dom e ultrapassa qualquer sentimento que a ele se contraponha. É a luz que dissipa toda treva, água que brota do fundo da alma e jorra sem fim. Sai com a força do novo e vai ganhando espaços, formando rios de vida. Amor é força que vence obstáculos, vida que vence a morte e supera a dor, a ele, se agregam todos os sentimentos do bem. Aquece, acolhe, cuida e descuida do tempo, se faz tempo e hora. Tudo que disso se distanciar pode ser qualquer sentimento, menos amor.
Muitas vezes, o confundimos com paixão, desejo, posse, mas, o verdadeiro amor é imaculado, nele não existe qualquer laivo de egoísmo. O amor verdadeiro não tem muita explicação porque é simples, fortalece-se na simplicidade do dia a dia, na interpretação dos detalhes, estes, fazem a diferença: transformam, arrebatam, encantam... Dão sentido às horas, aos anos partilhados.
Quando se ama verdadeiramente, não se espera nada em troca, dedica-se ao outro o sentimento, mesmo que este não o mereça. Referimo-nos ao amor ágape, o amor universal que não exige do outro merecimento, pois é doado por puro sentimento. Quando o amor exige contrapartida, este não é verdadeiro, pois o amor verdadeiro não compactua com o egoísmo.
O amor pode se apresentar com várias faces: paternal, maternal, filial, fraternal, romântico e o amor ágape, já citado. Na verdade, todos são a mesma coisa, pois provêm da mesma fonte. A forma de vivê-lo, de conhecê-lo e reconhecê-lo, depende do nosso momento evolutivo. Todos nós nascemos com o amor dentro de nós, Ele é a chama divina que nos assemelha ao Criador, porém, pela nossa imperfeição não o conhecemos em toda sua pureza e por isso precisamos dividi-lo em vários amores, para poder aprender a vivê-lo.
No começo, amamos com egoísmo, o ciúme, o exclusivismo, a paixão, a dependência, são formas ainda imperfeitas de viver o amor. É o amor exigente, quando necessitamos ser correspondidos para sermos felizes, quando necessitamos mais, ser amados do que amar, receber do que dar, apesar de tudo, é ele, o amor, que dá os seus primeiros passos em nossa alma.
Como é o verdadeiro amor vivido entre um homem e uma mulher? O amor romântico é verdadeiro? É possível amar para sempre? Ou esse amor é “infinito enquanto dure”, como disse o poetinha? Como reconhecê-lo?
Percebe-se o amor verdadeiro na cumplicidade, na doação da alma, nos gestos surpreendentes. Existe uma parceria que se fortifica com o tempo, é duradouro e consegue atravessar os anos fortalecendo-se na confiança, na cumplicidade, na amizade e no sexo.
Conheço casais que estão juntos e apaixonados há mais de 30 anos. Conheci um que se amava tanto e com tal intensidade, que, quando um dos parceiros morreu, o outro sobreviveu apenas por uma semana. Reciprocidade é a palavra chave para o relacionamento. O casal deseja o bem estar, o prazer e a felicidade do outro, bem como compartilha as tristezas e as dores. Os problemas existem, estes são inevitáveis porque, apesar da sintonia, as pessoas são universos diferentes, mas, são resolvidos em parceria e com diálogo, porque o respeito é primordial no amor verdadeiro.
Parece uma coisa utópica, alguns diriam: “coisa de cinema”, mas, é apenas uma relação baseada em amor e respeito, sem egoísmo ou individualismo tão característico dos dias atuais. A sintonia se torna tão perfeita que poderíamos dizer que: “é uma mesma pessoa vivendo em dois corpos diferentes”.
O amor verdadeiro dispensa explicações, pois tudo é compreendido com o olhar que ultrapassa o exterior e lê a alma do outro. É interpretado no silêncio, porque este diz mais que o verbo; é correspondido com o sorriso, porque este confessa os desejos do coração. Ignora o tempo, releva os defeitos e enaltece as virtudes.
Uma coisa é certa: amor não é aquela loucura cega que nos tira do foco e nos faz perder o rumo. Isso é paixão! Esta acaba revelando todas as nossas contradições e defeitos. Por isso, o amor também pode ser uma decisão. Escolhemos estar ao lado de alguém, para ajudar, apoiar, cuidar na segurança de um socorro. O amor é gratuito! Se não for, não pode ser amor.
E a dor? Pode existir como forma de amor? Sim! O verdadeiro amor, muitas vezes, é vivido na dor da renúncia e do silêncio. Muitas vezes esse nobre sentimento não pode ser vivido, expressado, mas, nem assim, deixa de existir. Tantas coisas podem nos separar no verdadeiro amor: a morte, a não correspondência do outro (pode-se amar sozinho), o preconceito, o tempo, a distância, as convenções sociais, compromissos anteriores com outros amores, podem impedir a vivência de um amor, mas , não é capaz de extingui-lo, ele permanecerá existindo, mesmo que se encontrem incluídos os sentimentos de mágoa, raiva e medo, esses, um dia desaparecerão sob o foco brilhante do amor. Se o sentimento morrer, é porque não era amor verdadeiro. Este é imortal, pode ficar por muitos anos quieto, guardado, velado, mas, nunca extinto, uma vez acesa a chama, é inextinguível. O que nos resta é, então, compreendê-lo e sublimá-lo, acreditando firmemente que um dia poderemos vivenciá-lo em plenitude. Amamos alguém porque, mesmo que esse alguém não possa nos fazer feliz agora, ele faz diferença em nossa vida. É uma maneira única de sentir. O amor vence a mágoa, o medo, mesmo quando as atitudes são impossíveis. Que esse amor saia de nós sem a expectativa do retorno e possamos compreendê-lo como nos ensina Jesus, sabendo amar o próximo como a nós mesmos, através da amizade, intensidade e afeição.
Todos podem amar e ser amados, lembremos, entretanto, de cuidar desse sentimento para conservá-lo na pureza, afastando-o sempre do egoísmo da posse, e aproximando-o sempre da compreensão e da caridade. Busquemos viver e experimentar o sabor desse amor, que é um sentimento e uma decisão de vida. Não podemos negar que amar nos faz bem, torna-nos pessoas melhores, nos ensina a ser pacientes, tolerantes e nos inclina ao perdão.
 Que o amor ocupe em nossas vidas o lugar de honra que merece, e seu valor infinito seja reconhecido sempre! Não banalizemos a frase: Eu te amo, que é usada para tudo, de qualquer maneira. Antes, permitamos que ela saia do íntimo da alma, que seja verdadeira em seu sentido maior. O amor sempre inaugura o novo em nós, é sabedoria de poucos. Se é amor viverá e deixará viver.
Sigamos, pois, amando nossos pais, irmãos, filhos, amigos, cônjuges. Todos os que nos completam nessa vida tão diversa! Assim, poderemos tirar o melhor desse tesouro e compreender que, amar é ter o reino dos céus brilhando dentro de nós.

“Amar não significa olhar um para o outro, mas, juntos, olhar na mesma direção.”

Antoine de Saint Exupéry