MORTE
Vólia Loureiro do Amaral Lima
As folhas de
outono caem,
Belezas
amarelas,
Que voam
singelas,
Levadas pelo
vento.
E pelos céus
se vão,
Quais
pássaros em seus
Voos de
verão.
Diante da
efemeridade da vida,
Quedo-me em
silêncio,
Pensativa.
Chegará o
dia em que cairemos,
E o vento da
morte velará
Os nossos
olhos,
Para que
assim partamos
Em aventura
insólita.
E o que
fica?
O que
restará de nós?
Que
lembranças despertaremos,
Naqueles com
quem convivemos?
Lembranças
são como perfumes,
Há os bons e
os maus.
Não há como
evitar a análise,
Do que se
foi,
Do que se
fez,
De quem se
amou,
Ou
desamou...
Será que
valeu a pena?
Será que a
lição foi aprendida?
Será que
aproveitamos a vida?
Ou apenas
passamos por ela
Sem
compreender a beleza dessa lida?
Morrer é só
uma parte da viagem,
Sei disso.
Morrer é
voltar para casa.
E o que
trazemos na bagagem?
Quando
chegar minha vez,
Quero seguir
com leveza,
Levando
algumas coisas na mala,
Meus
tesouros, minhas certezas.
Levarei em
meus olhos,
O reflexo do
mais belo luar,
Para que
minha alma se
Adorne com a
beleza calma
Da noite
enluarada.
Levarei em
meus ouvidos,
As risadas
alegres,
Dos bons
momentos vividos,
Para que
minha alma se ilumine,
E brilhe
como pequena estrela
No Universo
infinito.
Levarei em
meus lábios o silêncio,
Que será
como uma canção,
Pois nele
estarão guardados,
Mil poemas
de amor,
E uma doce
oração.
Levarei em
meus braços,
Todos os
abraços.
Abraços que
dei,
Os que
deveria ter dado,
Os levarei
como se fossem rosas,
Para plantar
em jardim perfumado.
Levarei em
meu coração,
Todo amor
que pude dar,
Amores que
me fizeram rir,
Amores que
me fizeram sangrar,
Amores que
me fizeram sonhar,
Esse sim
será o bem mais precioso
Que eu vou
querer levar.
Quero partir
com a certeza,
Que tudo
valeu a pena,
Que fiz a
coisa certa,
Que vivi uma
vida plena,
Que me
entreguei por completo.
Que não fui
mera coadjuvante,
Mas vivi,
intensamente,
No palco da
existência,
Todas as
minhas cenas.
27/10/2014
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