quarta-feira, 24 de setembro de 2014

QUEM CONTA UM CONTO...CONTA A CINCO MÃOS - AMOR E SEXO



AMOR E SEXO

Amor é a força vital que comanda a vida. Em todas as suas formas: Eros, Filos, Ágape, o amor é o mais valoroso de todos os sentimentos, este liberta, impulsiona, encoraja e se dividido se multiplica.
Sexo é a parte encantada da vida, aquela que faz mudar qualquer clima. É o toque das mãos que buscam no contorno dos corpos o abrigo de uma fusão perfeita.
Amor e sexo se completam de forma prazerosa. É como chocolate e morango. Encaixam-se em uma sintonia perfeita, dependendo de como é vivido. Como diz a cantora Rita Lee: “Amor é prosa, sexo é poesia”.
Amor você conquista, e, com o tempo, vai construindo seu mundo, seu castelo de prazer... Sexo não. São apenas alguns minutos de êxtase! Vive-se sem sexo, sem amor não. Este transcende a alma, é o que dá vida, é o que faz o sexo valer a pena. Sexo é a satisfação que o corpo pede para completar esta essência. O amor, em todas as suas formas é glorificado, é colocado acima de qualquer sentimento. O sexo é rodeado de tabus, de preconceitos, associam-no ao pecado, mas, pecado é a forma como ele é tratado, como ele é vivido. Entre as diversas culturas, há uma visão, ora liberal, ora proibida. Ainda existem alguns tabus religiosos e científicos, para os que financiam as pesquisas e para os cientistas que investigam o assunto. O sexo é uma dádiva divina, é um complemento perfeito e sublime, quando envolto pelo amor e não pelo simples ato de prazer.
Onde fica a sede do sexo? Se fosse no órgão sexual a situação era mais fácil... Era só uma questão de estimulação mecânica e a questão do prazer estava resolvida. Mas, a sede do sexo está na alma, e aí, para se obter o verdadeiro prazer, aquele que nos deixa plenos, é preciso que a mente e o sentimento estejam envolvidos no processo. Não obrigatoriamente ambos, pois existe o sexo sem amor, embora que, com o tempo, ele se torne vazio, frustrante, não saciante. O sexo feito com amor nos diferencia dos animais irracionais, se feito apenas pela necessidade, pelo instinto, nos iguala a eles.
Quantos são os casais que se deixam vencer pela rotina, e, com o tempo, deixam de fazer amor e fazem apenas sexo? Depois, fica a sensação de vazio. Da mesma forma que cuidamos do físico nas academias, buscando ter as curvas mais perfeitas, o corpo mais rijo, mais definido; assim como cuidamos da aparência física, dos cabelos, das unhas, das roupas, devemos cuidar também das nossas relações, alimentando-as com romantismo e criatividade. É preciso conhecer o corpo, saber onde e como maximizar o prazer. Poderemos ter boas surpresas. É importante também conhecermos o corpo do parceiro, uma exploração de corpos é conveniente, temos tantos recursos, mãos e bocas, por exemplo. Cheiros e gostos são extremamente estimulantes. No dia a dia os parceiros vão se desnudando e a intimidade é cúmplice de uma nova descoberta a cada dia. Falar, seduzir, provocar, insinuar, faz parte dos jogos amorosos. Sexo e seus complementos, uma atividade que nos deixa mais felizes e relaxados.  É simples assim, e quando o desejo vem junto com o romantismo, com o amor, aí o sexo é gratificante e lindo.
 É comum ouvirmos mulheres falando em fazer sexo por obrigação, ainda nos dias atuais, casadas e com filhos. Com certeza, não sentem nenhum prazer, deixam apenas que os maridos usem seus corpos, cumprindo assim o “dever matrimonial”. Outras, livres e resolvidas, têm dificuldades em encontrar um parceiro, porque aquela velha história de ter um único parceiro para toda vida, não é mais uma realidade para muitas mulheres. Algumas pessoas não desejam um casamento, mas gostariam de um parceiro fixo. Chegamos ao ponto em que as pessoas preferem a liberdade de ter um parceiro só por alguns minutos de prazer. É o sexo ocasional, para uns seria promiscuidade, mas há quem goste.
Hoje em dia, a vulgaridade grassa em tudo, até no sexo, onde as pessoas se preocupam tanto com as performances, ou ainda com a quantidade de vezes que pratica o sexo, que se esquecem do principal: a troca de energias. Sim, porque praticar sexo é trocar energias poderosas, que podem nos plenificar, nos deixar felizes, ou podem nos sugar e deixar vazios e infelizes. Sexo por sexo, sem que haja envolvimento emocional, sem carinho, é como fast food, no início pode até ser bom, mas, com o tempo, perde o encanto, e nos deixa ainda com mais fome.
Amar e ser amado é a mais plena forma de desfrutarmos o bom da vida. Mas, cabe a cada um analisar e discernir o que é melhor em matéria de sexo, para a sua vida, e qual seja a melhor forma de amor, Só assim cada um terá o prazer e a felicidade de um bom chocolate com morangos, no calor dos corpos que se entrelaçam num querer sem fim.


terça-feira, 23 de setembro de 2014

AOS QUE AINDA SONHAM


AOS QUE AINDA SONHAM

Vólia Loureiro do Amaral Lima

Dirijo-me aos que ainda sonham...
Aos que ainda têm coragem de amar.
Dirijo-me aos que não se envergonham
Da lágrima.

É preciso sonhar, para plantar rosas
Na selva de concreto armado.
É preciso que existam menestréis,
Para saudar a Lua no cinzento céu
Da indiferença.

É preciso enfeitar o mundo:
De flores, de versos, de sonhos.
Para que o amor possa renascer
A cada manhã,
E uma brisa de esperança

Suavize os corações.

ACOLHE-ME



ACOLHE-ME

Vólia Loureiro do Amaral Lima


Faz tempo que voo,
Em uma jornada longa e cansada,
E só encontrei terras áridas,
Que não souberam compreender
A minha poesia.

Até que encontrei uma árvore frondosa,
De bela copa, raízes fortes,
Feliz pensei em lá construir meu ninho,
Que abrigaria a minha poesia.

E por um tempo eu cantei,
E a poesia nascia feliz nas madrugadas
Vibrantes de alegria.
Belos tempos, belos dias.

Porém, o vento teve ciúme de tanta poesia,
E soprou forte, e tenta me tirar o abrigo,
Tenta me fazer perder o norte.

Só tu, árvore amiga,
És capaz de me salvar,
Acolhe-me em teu regaço,
E não me permitas derivar.

Sem a firmeza, dos teus galhos,
Sem a proteção da tua sombra amiga,
Serei mais uma ave perdida,
Que voa, de verão a verão.
Como ave de arribação.


(Todos os direitos reservados)

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Cartas de Amor



Porto Alegre, 01 de março de 2014.

Nicholas... Querido...

Estou me sentindo meio perdida, meio deslocada, sem ter como entrar em contato, não sei o que aconteceu com você... Por que me deixou, quem ou o que levou você para longe de mim? Quero entender o que aconteceu, mas, por mais que eu me esforce não encontro uma explicação para você ter saído da minha vida, da forma repentina como saiu.
Todos os dias quando acordo pensando em você, e depois de uma noite inteira sonhando com você, meus dias passam mecanicamente, nada mais tem sentido, o meu dia ficou sombrio, e uma vontade, não, não é uma vontade, de nada mais fazer.  Deitar e esperar... Quem sabe tudo voltará ao normal, quem sabe você voltará a falar comigo todos os dias. Eu sinto tanto a sua falta. Continuo esperando uma explicação... Mas quanto mais eu penso, eu sei que não quero nenhuma explicação, eu só quero você, você falando comigo todos os dias...
Estou aqui me lamentando da falta que você me faz, a dor que quase me sufoca e fico pensando numa maneira de estancar essa dor, tira-la de dentro de mim.  E me pergunto... Tirar a dor ou você de dentro de mim? Você é a dor ou o amor que eu sinto é a dor?  Estou ficando desnorteada.
Como fui me apaixonar? Sentir esse desejo inebriante que deixa meu corpo inerte e queimando... E quando você fala, porque você fala comigo, eu escuto... E você: Diz... Fala... Eu quero! Eu escuto a sua voz sussurrando em meu ouvido e sua boca tocando levemente meu pescoço e a sua respiração quase ofegante, o seu desejo... Suas mãos me despindo e acariciando a minha pele, sem pressa, tocando meu corpo suavemente e a sua boca na minha, sua língua em meus lábios, que se rendem ao seu desejo e se abrem para você entrar e me inundar de prazer... Beijo molhado, arrebatador, minhas mãos em suas costas, meus braços ao redor de seu pescoço e me deixo levar, pelo prazer da sua boca... Nunca mais parar, sensações invadem meu corpo e sinto o desejo incontrolável de despir você, arrancar suas roupas e sentir o seu corpo sobre o meu, fazer parar a fome, saciar o desejo, quero você, não poderei mais ficar sem você, sem seu corpo, sua língua na minha boca, suas mãos no meu corpo e você dentro de mim... E sua boca voraz em meu pescoço e no meu rosto, suas mãos apertando meu corpo e o desejo enfim saciado... Não! Eu quero mais... Quero mais você, e de novo, e de novo... O desejo de você não vai passar. Quanto mais eu tenho mais eu quero... Amo-te. 
Amor... Todos os dias são assim... Eu sonho com você me amando... E desperto exaurida e saciada, como pode? Como posso sonhar e sentir tanto prazer com você? Cada pedacinho do meu corpo implora, pelo seu corpo no meu... E quando eu acordo, eu não vejo nada, eu ligo o notebook e você não está mais lá, não tem mensagem de bom dia, que me alimentava de alegria para o dia ser feliz.  Eu não entendo. Você fugiu de mim?  Não gostou de mim? Eu estava com muito medo de enviar a fotografia e você não gostar de mim... E se não gostasse da minha voz?
Eu ouvia você falando comigo... É eu estou louca... Louca de amor por você, por um homem lindo de cabelos castanhos... Que eu nunca vi, que eu não escuto sua voz falando comigo... Meu olfato não conhece o seu cheiro... Mas eu imagino... Imagino o perfume da sua pele...  O amor tem tantas maneiras de se manifestar... Danem-se todos que irão dizer que é loucura... Eu amo você... Quando escuto as suas músicas, elas me levam para os seus braços... E você me aperta junto ao seu corpo e me olha nos olhos e sorri... E, como vou fazer se tiver que ficar sem você? Vou viver dos meus sonhos? Sem nem ao menos um contato? Você não responde meus e-mails, minhas mensagens.  Só me resta agora esta carta, que eu espero que você leia e me responda, por que me abandonou? Eu não queria nada...
Amor... Eu não queria nada.  Meu querido é mentira, eu queria você, eu quero você. Mas eu nunca tive... O que eu tive com você?  Um sentimento arrebatador que tomou conta de mim quando o conheci... Que foi se alimentando com as nossas conversas no Facebook, tão perto e tão longe, um oceano imenso nos separa.  E as noites lindas que passamos juntos. Lembra-se? Brincávamos que havíamos passado a noite juntos, eu com o meu computador e você com o seu, mas mesmo assim eu ouvia a sua voz... E você me cobrando, cobrando uma revelação.  E eu com medo de você não gostar, ficava...
Amor... Nicholas... Você me abandonou porque eu não confiei em você? Eu que dizia amar-te, não confiava em você?  Nicholas... Amor... Eu fico escrevendo que eu me dei inteira para você. O que você me pedisse eu daria... Mas eu não dei nada...  Palavras, apenas palavras... Enquanto você precisava que eu confiasse em você. Idiota que eu fui... Você me deu tudo... Eu olhava para a tela e via você... Lindo, e eu queria te puxar para mim... E você? Nada podia ver.  Apenas uma silhueta negra... Desconhecida... Ah! Meu amor, eu só precisava enviar uma fotografia e mostrar-te como eu sou... Lembro que você falou que eu sabia como fazer... Claro que eu sabia, mas ali você ironizava a minha atitude... Sabia que eu não faria.  Eu não precisava fazer quase nada... Era só enviar uma fotografia... E a voz, os empecilhos que criei para não instalar o aplicativo... Meu amor... Eu agora entendo.  Perdoe-me.  Perdoe-me, eu sei que não adianta mais... E palavras... Você não quer mais... Palavras soltas... Mas eu não menti em nenhum momento, me escondi de medo, acho que tive medo de você não gostar de mim. E eu me sentia protegida com aquela silhueta... Agora percebo o engano, o triste engano, a falta de confiança é o que existe de pior e sei que nunca vai me perdoar... E no momento o que posso dizer?  Juntar uma fotografia a esta carta e revelar como sou? 
Estou me sentindo pequenina, meio disforme, um borrão, estava tão desesperada que não percebi que a culpa é minha, sentia pena de mim, do meu pobre coração que chora implorando por você... E a culpa é minha? Como fui tão cega?  Como não entendi o que você tentava me dizer? Era tão fácil, só prestar atenção nas músicas. Entender o que você dizia... Meu amor! E eu tinha a pretensão de dizer que era sua amiga... Amigos confiam um no outro.  E dentro de nossas limitações e de quilômetros de distância que nos separam você me deu tudo... E eu? Nada! E ainda estou com pena de mim, morrendo de compaixão por mim.  Ou deveria sentir raiva, por não ter entendido como era desigual este amor?  Desigual em confiança. Perdoe-me?  Sei que não pode fazer. Eu agora sei... Mas eu te imploro, por favor, leia a minha carta. Por favor, eu preciso que você saiba que estou arrependida e que entendo o que não fiz... Deixe-me aplacar a minha dor.  Senão não poderei continuar a viver sabendo que além de ficar sem você, eu ainda te magoei. Perdoe-me... Por favor, leia a minha carta, não a queime, não a rasgue, apenas leia... Perdoe-me...
Com amor Juliana.

Nell Morato

[Todos os direitos reservados]  

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Quem Conta Um Conto... Conta A Cinco Mãos



PERDAS... QUAL O CAMINHO PARA A SUPERAÇÃO?

Não somos acostumados a perder, a nos separar daqueles ou daquilo que nos faz feliz, que nos dá prazer. Tem gente que se apega até às pessoas ou coisas que lhe faz sofrer! Não queremos perder, ainda que tenhamos consciência de que há perdas inevitáveis, outras, necessárias. Somos, mesmo sem admitirmos, egoístas. Um egoísmo embutido no apego, no medo de não sermos fortes o suficiente para lidarmos com ausências. Na verdade, não perdemos nada, porque não somos donos de coisa nenhuma, nem de ninguém. Somos meros usufrutuários das coisas materiais e as pessoas são nossas parceiras de jornada, mas não propriedade nossa. E, como vivemos em um mundo temporal, onde nada pode ser tido como definitivo, haverá um momento em que a separação dar-se-á.  Sabemos que nada é eterno, no entanto, não aceitamos, na maioria das vezes, o fato de que tudo terá um fim.  
A dor da perda é, de fato, avassaladora, parece que um pedaço de nós foi arrancado bruscamente. E, de alguma forma, foi. Toda perda é dolorosa porque é sempre um fim, que exige um recomeço. E um mundo desconhecido se abre à nossa frente, perdemos os parâmetros, as referencias.  Nunca estamos preparados para perder alguém que amamos. Perder o ser amado é ser tomado pelo luto, que significa dor e sofrimento. Fica um vazio imenso, angustioso, o sentimento de que algo chegou ao fim; a sensação de abandono tomando conta da alma. A saudade fere o coração e desestrutura a nossa emoção.
Perder, não ter mais, não importa o que seja: um relacionamento, uma vida, um projeto. A dor da perda é sempre acompanhada por uma sensação de fracasso presente e dolorosa. Quando a separação se dá porque uma das partes desistiu da relação, deixou de amar, fica também a dor da mágoa, a sensação de se sentir menor, por ter sido preterido. Depois de anos, inesperadamente conhecemos alguém e nos apaixonamos, porém, tudo não passou de uma fantasia nossa, pois a pessoa por quem nos apaixonamos não corresponde ao nosso sentimento, esta também é uma dor dilacerante. Porém, fica ainda a esperança de um reencontro, neste caso, a dor é menos cruel.
 Quando a separação é definitiva neste plano, aí é preciso viver o tempo do luto, e nele esgotarmos a dor da alma. Quando o caminho natural: os pais devem ir antes dos filhos, não segue tal curso, a dor da perda é algo difícil de suportar e de mensurar. Algumas clínicas de psicologia e psiquiatria trabalham no sentido de ajudar as pessoas a “viver o luto”, as perdas podem ocasionar diversos transtornos emocionais e físicos.
 Perder alguém bruscamente, como por exemplo, por um acidente, ou uma doença súbita,  é muito diferente de um simples rompimento no relacionamento. Você não terá a chance de lutar para reconquistar o seu amor, é derradeiro, definitivo. Nós nunca vamos esquecer, o tempo poderá se encarregar de acomodar a dor, ou, de alguma maneira, encontraremos um caminho para sobreviver. A angústia da ausência é algo para a qual não estamos preparados, podemos até pensar que sim, mas, na verdade, não estamos.  Porém, aos poucos, a dor, a angústia vai se acalmar e perceberemos que ela se transforma em outro sentimento: a saudade. Esta será eterna. Infelizmente a gente não tem como decidir quem vai e quem fica, e precisamos nos adaptar a essa nova realidade. Às vezes a saudade tornará a ser angústia e as lágrimas vão rolar pelo rosto. É apenas uma forma do coração dizer que sente falta.  Mas esta mesma saudade e as boas lembranças vão fechar aos poucos a ferida que agora está aberta. São as amarguras da vida, pelas quais passamos e nada há o que se fazer, a não ser deixar que o Senhor Tempo ajude a curar as feridas, ajude a sanar a falta do outro, preencha, aos poucos, a lacuna que fica no coração. Agora, vivem juntos, o amor, a dor e a saudade batendo num mesmo coração.

A vida, todavia, segue o seu curso e temos de viver, seguir em frente, apesar da dor. Este é um momento que precisa ser vivido por quem fica e que, por mais difícil que seja, precisa ser vencido.  Ficar sentado à beira do caminho não vai resolver o problema. Então, o que nos resta é levantar, erguer a cabeça e olhar para frente, compreendendo a impermanência das coisas e buscar outros horizontes, novos interesses, novas conquistas. O importante é não desistir da vida, porque, apesar da dor, apesar da saudade, a vida vale a pena ser vivida e como diz o poeta Gonzaguinha: “É bonita, é bonita e é bonita!”.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

TUA VOZ...TODOS OS TONS

TUA VOZ...TODOS OS TONS...

Posso
Vestir-te em todas as cores
Agora
Que já conheço tua voz...
Mesclar-te de primavera
Em versos suaves...
Cobrir-te
Com as nuanças sedutoras do verão
Únicas...
Enquanto fazes rimas apaixonantes...
Sombrear-te de outono
Arrastando essências...
...De castanhas
Sândalo
Canela..(talvez!)...
Ouvindo-te em estrofes ternas..
Curvar-te
Em tons solenes de inverno
Em traços fortes
Enquanto modelas a poesia inteira!...
Posso
Escolher qualquer tonalidade
Agora
Que simplesmente gravo-te
Em sons...
E tons...

Maria Luíza Faria 12/09/2014


Direitos preservados...

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

QUEM CONTA UM CONTO... CONTA A CINCO MÃOS - SONHOS


SONHOS

Sonhos têm sentido de eternidade, de esperança infindável. Será que os sonhos alimentam a alma, ou é a alma que alimenta nossos sonhos? Sonhar é preciso e possível, ainda bem!
Somos pássaros de asas cortadas. Ícaros que anseiam pelo voo para o infinito. Os sonhos são nossas asas. O sonho é como um elo que nos pertence desde sempre, nos ligando à vida. É necessidade e alimento. Enquanto sonhamos, há esperança e vida. É impossível viver sem sonhar, não seria a nossa vida tão rica de pensamentos, se não fossem os sonhos. Como não sonhar se são os sonhos que nos motivam enfrentar os dias e os desafios inevitáveis que surgem a nossa frente? O que seria da vida se perdêssemos a capacidade de sonhar... E sonhamos muito. A vida sem sonhos é permeada de tormentos. O sonho é amigo íntimo da esperança que, por sua vez, é irmã da fé. Os sonhos são o alento para os nossos anseios, para as nossas dúvidas e temores. São fantasias, onde tudo é palpável e possível, onde o covarde se transforma em herói e aniquila o dragão que ameaça a jovem donzela; onde o avarento e cruel senhor perdoa os seus devedores e os convida à sua casa.
 São os sonhos a razão principal de nossa busca por caminhos melhores, por mais encantamento em nossa vida. São, também, os responsáveis pelas conquistas, pelas vitórias, pelos desejos e superações.
Sonhar é projetar o futuro, é planejar uma vida melhor. Também sonhamos acordados, quando temos desejos a realizar. Traçamos planos para nosso futuro e de nossa família.  Estes começam com pequenas vontades, simples e corriqueiras e vão crescendo conforme a vida se apresenta diante de nós. Sonhamos com um mundo melhor, sem violência, onde as pessoas possam se entender e conviver harmoniosamente. Todos aliados em busca de um bem maior, isto nos motiva na busca pela realização, o que é bom, pois tira do sonho a sua imaterialidade. Sonhamos com a paz para o mundo tão perdido em descaminhos nada humanos. Não fosse o sonho, a Humanidade ainda se encontraria na Idade da Pedra Lascada. As nossas conquistas são sonhos que transformamos em realidade.
O sonho é a configuração da esperança de um mundo melhor. “Eu tenho um sonho...” assim falou Martin Luther King Jr, ao clamar pela igualdade racial norte-americana, e o seu sonho deu origem a melhoria das condições de vida dos negros nos EUA. Por conta do seu sonho, a Casa Branca, hoje é ocupada por uma família negra.
Os sonhos também podem se transformar em pesadelos. Grandes conflitos podem ser desastrosos e virar pesadelos terríveis e cruéis, onde há guerras, e a fome e a destruição predominam. Os pesadelos da vida acabam alterando a mente, que passa a sofrer com a realidade. Também os pesadelos cruéis de uma mente insana, os sonhos aterradores de poder e conquista de mentes perturbadas podem se transformar em realidades aterradoras. A História está aí e nos mostra exemplos disto. Porém, devemos sonhar com dias melhores, com coisas boas. Nós somos o que pensamos e o que sonhamos. Utopia ou não, é sempre benéfico pensarmos que o amanhã pode e vai ser melhor do que hoje. Precisamos prosseguir, sonhar sempre, buscar algum objetivo. Precisamos acreditar que o sonho pode se tornar realidade. O pensamento é uma energia que pode ser plasmada pela vontade. Não conhecemos ainda o poder de nossa mente.
A cada dia vemos mais pessoas desistindo de seus sonhos. Percebemos, só de olhar em seus olhos tristes, cabisbaixos, revelando um enorme vazio.    Quem perde a capacidade de sonhar, deixa de viver, pois a amargura toma lugar do sonho, que nos faz ver além.
Devemos sonhar sempre, todos os dias, todas as horas, mesmo quando tudo pareça impossível... É necessário olharmos para dentro do nosso eu e renascer, despertar para uma nova realidade. É necessário sonhar... Viver... Ir ao encontro desse sonho, tirar experiência, lutar mais e mais e despertar para uma nova conquista. Sonhar também é pensar... Pensar no que queremos e no que nos deixa felizes. Sonhar nos modifica, nos liberta para uma nova vivência, fazendo-nos experimentar um pouco da verdadeira felicidade,  que é um presente divino. Os sonhos, conforme os alimentamos, ora lutando por eles, ora os substituindo, estendem-se, ultrapassam a realidade, em alguns momentos, criam asas, se aquietam. Mas nunca vão embora. Acreditar, a cada dia, ter foco, ir ao encontro de algo que almejamos. Sonharmos em ver nossos filhos criados, em ajudarmos um amigo, em vermos um simples sorriso de alguém que amamos. Tecer metas e objetivos e, principalmente, realizá-los! Sentirmos essa vibração interior que nos diz: eu quero, eu posso e eu consigo! Viver é sonhar!
Queremos ser sempre amigas dos sonhos, mas sabedoras de que sonhar só não basta, precisamos fazer a parte que nos cabe rumo às conquistas pretendidas.
O sonho é o bálsamo que ameniza as durezas da vida.
O sonho alimenta a alma, nos permite ir além de nós, pois, como Espíritos, ansiamos por nossa liberdade plena e essa só é possível no sonhar. Alma sem sonho é alma sem vida!
Sonho... Ave de asas imensas que nos leva ao infinito de nós mesmos!


quarta-feira, 3 de setembro de 2014

QUEM CONTA UM CONTO...CONTA A CINCO MÃOS



SUCESSO... QUEM TEM LUZ PRÓPRIA NÃO SE OFUSCA

Todas as pessoas têm algum talento, nascem com um ou mais dons, que as tornam singulares em um mundo de diversidades. São peças únicas de um enorme quebra-cabeça. Algumas pessoas têm os seus talentos percebidos por outras, sobressaem-se do mare-magnum. Ao exercerem com firmeza de caráter os dons recebidos, têm a oportunidade de fazer brilhar a luz que emana da alma e se expande pelo universo de encantos. Ganham evidência, alcançam aquilo que chamamos de sucesso.
O conceito de sucesso é uma coisa relativa. Para muitas pessoas, ter sucesso significa ser reconhecido, estar em evidência, ter dinheiro, ter poder. Sentem necessidade de ter as atenções alheias voltadas para si, alimentando o seu ego. Fazem tudo para serem notadas, inclusive, ultrapassam limites, ignoram os valores de decência e honestidade, quebram regras de boa conduta, atropelam sentimentos de amizade e distinção. Simplesmente se  transformam, se rebaixam, se idolatram. O sucesso, para estas, se baseia no ter. Este é sempre passageiro. Todos os dias, vemos pessoas galgando os degraus da fama e outras sumindo, voltando a ser meras personagens dessa intrincada história, que é a vida. Outras pessoas encaram o sucesso com certa reserva, com parcimônia. Preferem ser reconhecidas, valorizadas, a serem divulgadas. Satisfazem-se com uma notoriedade mais particular, íntima, dividida com os que realmente fazem parte da sua vida. Não querem fama, querem, antes, serem reconhecidos pelo genuíno valor do seu trabalho, porque tem essência, qualidade. São pessoas que possuem luz própria. Esses têm o seu sucesso baseado no ser.
O sucesso coloca as pessoas sob os holofotes da publicidade e isso gera o sentimento de inveja naquelas pessoas que, desejam, mas não conseguem evidência.  O brilho de algumas pessoas incomoda, e muito, outras. Existe o ditado: “É fácil invejar, mas ninguém quer trabalhar”. Quando você olha para o céu, percebe que umas estrelas brilham mais do que outras? Sim! Isso também acontece com os seres humanos, podemos brilhar mais ou menos, dependendo de nossas aspirações e da nossa forma de agir. Se ficarmos de braços cruzados, de nada adiantará, somos o que pensamos. Nossa vida é um retrato fiel do que construímos a cada dia. Estamos cansados de assistir em filmes, as tragédias ocasionadas pela inveja do sucesso alheio. Filme é ficção e muitas vezes inspirado no cotidiano das pessoas.  Estamos cercados de pessoas tóxicas, que se incomodam com o sucesso daqueles que batalham, e permitem que a cobiça os corroa por dentro. Estas se agarram a um ideal de felicidade que, talvez, não sirva ou satisfaça, mas persistem na inveja. Pensam: “Se eu não tenho, ele não pode ter”. Essas pessoas egocêntricas, interesseiras e amarguradas, só conseguem enxergar o sucesso alheio. Só pensam em cobiçar o que é do outro, não procuram fazer nada para conquistarem o seu próprio sucesso. A inveja adentra as casas e desfaz famílias estruturadas, não escolhe classe social, atingindo a todos. O invejoso infelicita e infelicita-se. Esquece-se de viver a própria vida, de buscar as suas próprias realizações, porque ocupa a sua vida em apagar o brilho alheio.  Os exemplos estão aí a mancheias, sendo vistos até nas páginas policiais: É o colega de trabalho que não atingiu as suas metas porque estava preocupado  em evitar que o seu companheiro de trabalho conseguisse atingir as suas; O marido que deixa a sua esposa por não suportar o sucesso profissional desta.
Existe o sucesso das celebridades instantâneas, que se tornam, por um tempo focos da mídia e rapidamente galgam os degraus da fama. Estes também atraem os olhares invejosos. Sucesso e inveja andam sempre juntos. O sucesso de uma pessoa é a desgraça do invejoso.
O mundo oferta ilusões em falsos refletores e pessoas pequenas de entendimento e de moral deixam-se levar pelas falsas luzes do mundo, ofuscando assim o brilho próprio. Passam a cobiçar os holofotes enganadores do mundo e perdem-se a si mesmas.
Que possamos compreender que devemos viver da própria luz, mostrando, sem meias verdades, sem máscaras, quem somos. Isso faz de nós estrelas, que, mesmo pequenas, ganham dimensão infinita. Não precisamos viver do brilho de ninguém, somos capazes de deixar brilhar a nossa luz, sem medo do brilho alheio. 

Triunfador é aquele que empana um pouco a sua luz, para permitir que os outros também possam brilhar.