sexta-feira, 13 de março de 2015

QUEM CONTA UM CONTO... CONTA A CINCO MÃOS - MENOPAUSA


MENOPAUSA


Ao Cruzar a linha dos 40 anos, nós, mulheres, começamos a nos preocupar com uma palavrinha que, anteriormente, só fazia parte da vida de mulheres mais velhas: Menopausa. De repente, sem que a gente espere, a nossa rotina se modifica! O encontro marcado com aquele velho incômodo mensal, a menstruação, começa a não acontecer. O ciclo menstrual começa a falhar e notamos que algumas coisas também começam a mudar. O físico se modifica, o humor se modifica e bate um sentimento de insegurança! Damo-nos conta de que perdemos a capacidade de procriar, isso mexe com o emocional, com a nossa autoestima, nos aterroriza... Sentimo-nos menos mulher! Percebemos que estamos envelhecendo!
É culpa da progesterona, ou melhor, da falta dela. É um período de mudanças e de grandes transformações... Cai tudo, falta tudo, dói tudo... Ou não. Algumas mulheres conseguem passar por essa fase sem grandes sofrimentos físicos. Com o avanço da tecnologia e da Ciência, ficou menos sofrido para nós, mulheres, a passagem por essa verdadeira avalanche emocional.
Um pesadelo, nessa fase, são as infecções urinárias frequentes. Pela falta de lubrificação vaginal, culpa da ausência da progesterona, que protege a região dos invasores. O uso de cremes contendo esse hormônio auxilia na prevenção e controle dessas infecções.
O sexo, também passa por uma revolução. De início, com a descompensação hormonal, ocorre uma baixa na libido, porém, com o tempo, tudo voltará ao normal, ou até mesmo, ficará melhor, pois com a redução da massa muscular, os nervos da região pélvica, que estão mais na superfície, tornam a área mais sensível ao toque e o sexo poderá ser mais prazeroso. A frequência dependerá da disposição física de cada um... Para os médicos e sexólogos não existem contra indicações, levando-se em conta que sexo é uma necessidade fisiológica, portanto, saudável!
A menopausa é um assunto que precisa e deve ser mais discutido, compreendido e divulgado. É um estágio da vida feminina que, se bem entendido, poderá não causar tantos dissabores. O corpo que sofre com as mudanças bruscas pede abrigo. A desordem emocional pede aconchego e proteção. Talvez, um dos incômodos mais desagradáveis da menopausa seja a dificuldade que as mulheres encontram em aceitar essa fase com tranquilidade. E acontece, justamente, pela insensibilidade das pessoas que estão ao redor, no convívio diário. Associamos a menopausa apenas ao envelhecimento. A diminuição da taxa hormonal no nosso organismo causa, na maioria das mulheres, uma verdadeira tempestade existencial. Essa é uma fase difícil. Não conseguimos vê-la como uma mudança, mas como o fim de tudo. Enxergamos  apenas as perdas, sem a capacidade de vermos o que há de bom. E daí, vem o medo da rejeição, de não ser mais tão amada, tão desejada; de não ser atraente, porque a menopausa mexe com o ego, toca fundo na vaidade e, ao perdermos o viço da pele, o brilho dos cabelos,  sentimos como se desaparecesse também o encanto, a luz que há além do físico.
Mas, nem tudo está perdido, existe uma luz no fim do túnel! A vida pode ser muito boa após a menopausa; a Ciência está a nosso favor! Com acompanhamento médico e exames adequados, o médico poderá estabelecer tratamento para o controle dos sintomas. Uma alimentação balanceada, composta basicamente por alimentos naturais como frutas, legumes, verduras, cereais, muita água e proteína magra.
 Quase sempre a intolerância ao leite, causada pelo fato de que o nosso intestino não produz mais a lactase, a enzima que transforma a lactose em glicose, nos impede de ingerir cálcio. Podemos substituir o leite por iogurtes, ou, em casos mais difíceis, o médico poderá indicar o uso de cálcio em forma de cápsulas. Pele seca e cabelo quebradiço, nem adianta hidratação, gastar um dinheirão no salão, o brilho e a saúde vêm de dentro... O médico poderá receitar colágeno, que além de cuidar da pele e dos cabelos, vai ajudar a melhorar as dores nas articulações, ajuda a controlar o peso e dá mais viço a pele. Exercícios físicos, caminhada e natação são excelentes para manter os músculos em atividade.
Esta é a fase em que necessitamos de mais aceitação, mais carinho e tato de quem está ao nosso lado.  A mulher que, hoje sabemos sexo forte, que  foi à luta e conquistou seu espaço, que é respeitada e competente, nesta fase, precisa de apoio e compreensão. É necessário que se saliente as outras belezas que as mudanças trazem. Cabe a nós, mulheres, valorizarmos  o que nos fica mais belo, mais interessante; descobrirmos como ressaltar as transformações de maneira positiva. Cabe-nos, nos amar mais ainda, emoldurarmos a nossa nova estampa com cuidado, preservando o que é mais belo, dando um toque mais charmoso de restauração onde é necessário, enaltecendo o encanto de ser mulher.
A mulher não deve entender a menopausa como atestado de velhice, podemos manter nosso viço e alegria, e ter uma vida normal. Existe vida após a menopausa e esta pode ser produtiva e feliz.
Com ou sem menopausa ninguém consegue apagar da mulher a graça e a beleza de ser o que é. Sua nobreza desfila na passarela da vida, independente de sua condição social ou estágio em que se encontre. Será sempre a mulher progenitora e eleita como símbolo da vida.


“Erótica é a alma que aceita suas dores, atravessa seu deserto e ama sem pudores.”

Adélia Prado

(Crônica a cinco mãos pelas escritoras Cristiane Vilarinho, Maria Luíza Faria, Nell Morato,Suely Sette e Vólia Loureiro)

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