Conto os
pedaços do tempo,
Nas contas
de um rosário,
Nos relógios
que me falam
Num
tiquetaquear arrastado,
De uma
saudade longínqua,
Que se
perdeu no passado.
Olho as
areias da ampulheta,
Que escorrem
por um vidro baço,
E o tempo se
divide em grãos,
Arrastando-se
em longas horas,
Que
maltratam o coração.
Às vezes
corre tão depressa,
Quando
desejo que pare,
Nos doces
momentos de enlevo,
Nos
instantes de puro sonho,
Penso que o
tempo zomba do poeta,
E gosta de
sempre vê-lo tristonho.
Ah, tempo!
Tempo...
Se pudesse
eu te dominar,
Se pudesse
encontrar a tua chave,
E te
apressar ou estacionar...
Haveria
noites mais longas,
Nos dias de
poesia,
Ou passariam
em um segundo,
Os momentos
de agonia.
Ah, tempo! Tempo...
Se pudesse
te aprisionar,
Senhora de
ti
Eu seria,
E a saudade
não existiria.
As noites de
solidão,
Teriam
duração do segundo,
E os
momentos de amor,
Contaríamos
em evos,
Como na
criação do Mundo.
Ah, tempo!
Tempo...
Pudesse eu
te dominar,
As distâncias
encurtariam,
Teríamos
longas primaveras,
A mocidade
se prolongaria,
Até perto da
eternidade.
Ah, tempo!
Tempo...
Pudesse eu
contigo conversar,
Rogaria ao
teu coração baixinho:
- Amigo
tempo,
Quando o meu
amor estiver comigo,
Descansa um
pouco.
Dorme ao som
da poesia,
E passa mais
devagarinho.
( Todos os direitos reservados)
Essa é a mais linda poesia que já lí. Parabéns Vólia.
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