quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Quem Conta Um Conto... Conta A Cinco Mãos



PERDAS... QUAL O CAMINHO PARA A SUPERAÇÃO?

Não somos acostumados a perder, a nos separar daqueles ou daquilo que nos faz feliz, que nos dá prazer. Tem gente que se apega até às pessoas ou coisas que lhe faz sofrer! Não queremos perder, ainda que tenhamos consciência de que há perdas inevitáveis, outras, necessárias. Somos, mesmo sem admitirmos, egoístas. Um egoísmo embutido no apego, no medo de não sermos fortes o suficiente para lidarmos com ausências. Na verdade, não perdemos nada, porque não somos donos de coisa nenhuma, nem de ninguém. Somos meros usufrutuários das coisas materiais e as pessoas são nossas parceiras de jornada, mas não propriedade nossa. E, como vivemos em um mundo temporal, onde nada pode ser tido como definitivo, haverá um momento em que a separação dar-se-á.  Sabemos que nada é eterno, no entanto, não aceitamos, na maioria das vezes, o fato de que tudo terá um fim.  
A dor da perda é, de fato, avassaladora, parece que um pedaço de nós foi arrancado bruscamente. E, de alguma forma, foi. Toda perda é dolorosa porque é sempre um fim, que exige um recomeço. E um mundo desconhecido se abre à nossa frente, perdemos os parâmetros, as referencias.  Nunca estamos preparados para perder alguém que amamos. Perder o ser amado é ser tomado pelo luto, que significa dor e sofrimento. Fica um vazio imenso, angustioso, o sentimento de que algo chegou ao fim; a sensação de abandono tomando conta da alma. A saudade fere o coração e desestrutura a nossa emoção.
Perder, não ter mais, não importa o que seja: um relacionamento, uma vida, um projeto. A dor da perda é sempre acompanhada por uma sensação de fracasso presente e dolorosa. Quando a separação se dá porque uma das partes desistiu da relação, deixou de amar, fica também a dor da mágoa, a sensação de se sentir menor, por ter sido preterido. Depois de anos, inesperadamente conhecemos alguém e nos apaixonamos, porém, tudo não passou de uma fantasia nossa, pois a pessoa por quem nos apaixonamos não corresponde ao nosso sentimento, esta também é uma dor dilacerante. Porém, fica ainda a esperança de um reencontro, neste caso, a dor é menos cruel.
 Quando a separação é definitiva neste plano, aí é preciso viver o tempo do luto, e nele esgotarmos a dor da alma. Quando o caminho natural: os pais devem ir antes dos filhos, não segue tal curso, a dor da perda é algo difícil de suportar e de mensurar. Algumas clínicas de psicologia e psiquiatria trabalham no sentido de ajudar as pessoas a “viver o luto”, as perdas podem ocasionar diversos transtornos emocionais e físicos.
 Perder alguém bruscamente, como por exemplo, por um acidente, ou uma doença súbita,  é muito diferente de um simples rompimento no relacionamento. Você não terá a chance de lutar para reconquistar o seu amor, é derradeiro, definitivo. Nós nunca vamos esquecer, o tempo poderá se encarregar de acomodar a dor, ou, de alguma maneira, encontraremos um caminho para sobreviver. A angústia da ausência é algo para a qual não estamos preparados, podemos até pensar que sim, mas, na verdade, não estamos.  Porém, aos poucos, a dor, a angústia vai se acalmar e perceberemos que ela se transforma em outro sentimento: a saudade. Esta será eterna. Infelizmente a gente não tem como decidir quem vai e quem fica, e precisamos nos adaptar a essa nova realidade. Às vezes a saudade tornará a ser angústia e as lágrimas vão rolar pelo rosto. É apenas uma forma do coração dizer que sente falta.  Mas esta mesma saudade e as boas lembranças vão fechar aos poucos a ferida que agora está aberta. São as amarguras da vida, pelas quais passamos e nada há o que se fazer, a não ser deixar que o Senhor Tempo ajude a curar as feridas, ajude a sanar a falta do outro, preencha, aos poucos, a lacuna que fica no coração. Agora, vivem juntos, o amor, a dor e a saudade batendo num mesmo coração.

A vida, todavia, segue o seu curso e temos de viver, seguir em frente, apesar da dor. Este é um momento que precisa ser vivido por quem fica e que, por mais difícil que seja, precisa ser vencido.  Ficar sentado à beira do caminho não vai resolver o problema. Então, o que nos resta é levantar, erguer a cabeça e olhar para frente, compreendendo a impermanência das coisas e buscar outros horizontes, novos interesses, novas conquistas. O importante é não desistir da vida, porque, apesar da dor, apesar da saudade, a vida vale a pena ser vivida e como diz o poeta Gonzaguinha: “É bonita, é bonita e é bonita!”.

2 comentários:

  1. MARAVILHOSAMENTE BELO!
    PARABÉNS PRINCESAS TALENTO!!
    AGUARDO ANSIOSA A PRÓXIMA QUARTA FEIRA.

    ResponderExcluir