quarta-feira, 16 de setembro de 2015

PENSAMENTOS A QUATRO MÃOS - EDUCAÇÃO, CAMINHO PARA A CIDADANIA




EDUCAÇÃO CAMINHO DA CIDADANIA

O que significa educar? A quem pertence o papel de educar? Qual a situação da educação no nosso país?

Educar é estimular as capacidades físicas, cognitivas e morais de um indivíduo de forma a integrá-lo plenamente na sociedade a que pertence. É o caminho que leva o indivíduo à conquista da sua cidadania e leva também a sociedade ao progresso material e moral.

Não é novidade alguma os graves problemas da Educação no Brasil. É como bater em uma tecla gasta. Lemos, ouvimos, falamos, “palpitamos”, nos surpreendemos de vez em quando, nos exaltamos vez por outra, e esperamos sempre.

Quando falamos da Educação como formação, como profissão, esbarramos em todas as adversidades que se apresentam em um país onde ela é deixada de lado. É revoltante ouvir autoridades falando do tema sem nenhum compromisso e nem conhecimento da verdade, e esta está presente no dia a dia dos professores, nas salas de aula.

Falta de condições físicas, no que diz respeito às instalações apropriadas (há escolas no interior do país, que não têm sequer cadeiras), despreparo dos professores e funcionários,  falta de políticas sociais sérias e compromissadas, que incentivem o interesse do aluno a permanecer na escola, que o faça ter prazer no estudo, desvalorização da carreira do Magistério ( baixos salários, falta de planos de carreira, falta de cursos de reciclagem), distanciamento da família com as atividades da escola, são alguns entre os muitos problemas vividos pela Educação no Brasil.

Dizem por aí: - “Quem quer ser rico não vá ser professor...” É bem verdade que ser professor é ser um vocacionado, pois, se assim não fosse, as escolas há muito não existiriam. Todavia, é preciso que haja respeito. Como exercer a vocação em escolas sucateadas? Como exercer a vocação com projetos criados de cima para baixo?

Toda a ilusão propagada país afora está longe da realidade vivenciada nos recantos mais humildes. Uma pequena parcela tem acesso ao que verdadeiramente podemos definir como “boa educação”. A parcela restante sobrevive do empenho e do esforço dos que ainda acreditam que é possível sobreviver, alcançar algo grandioso, subir ao pódio uma vez na vida. Professores de hoje são heróis anônimos, lutando contra gigantes armados, programados para eliminá-los... Escolas sem segurança, alunos revoltados e desinteressados, salários indignos, deveres sem direitos, eis a vocação.
Programas e mais programas, estratégias, esforço dobrado, amor, vocação, eis as armas de que dispõem os professores hodiernos.

Por outro lado, indagamos: A quem pertence o papel de educar? Falamos aqui da educação que forma o caráter, que agrega valores, ensina como ser gente em todos os lugares, sem precisar de manual de instrução para saber se comportar. Referimo-nos à educação moral, que está cada vez mais escassa.

Há algumas décadas, tinha-se como certo que aos pais era dada a tarefa da educação moral de seus filhos e aos professores era legada a tarefa da instrução, da educação do intelecto. Hoje em dia, porém, é cada vez mais comum os pais relegarem à tarefa da educação moral de seus filhos à escola. Em outros tempos, os professores instruíam e passavam seus conhecimentos, hoje, assumem também a tarefa de educar e disciplinar crianças que vêm de seus lares.

Lembramos que a Educação é compromisso de todos. A base da educação moral é dever da família e não da escola. Toda construção requer um alicerce bem feito, o lar, a escola e a sociedade devem se dar as mãos na busca da Educação ideal, formadora de cidadãos.
A tecnologia ensina muita coisa, facilita o conhecimento, mas não forma a personalidade. Esta é formada nos primeiros anos de vida escolar e familiar.
Despertar na criança o olhar que já é repleto de curiosidade, deixar exalar essa curiosidade. Incentivar a busca pelas respostas é o caminho.

A nossa realidade requer uma escola que tenha sua proposta de Educação expressa em um projeto funcional abrangente, que reflita às expectativas de toda comunidade. 
A tarefa da Educação deve envolver a todos, para que se construa uma escola criativa, crítica, democrática e de qualidade. 
Os pais devem ter a consciência da importância do seu papel na formação moral de seus filhos, compreendendo que essa tarefa se dá no dia a dia, através do exemplo, da disciplina e do amor. 

A Sociedade deve tomar consciência de que, sem Educação, não existe progresso, nem liberdade.
As crianças e os jovens de hoje serão os pais, os professores, os cientistas, os gênios do amanhã e este chega logo. Que não precisemos chorar mais tarde os gênios perdidos, o futuro promissor abortado.

“Quem abre uma escola fecha uma prisão. ”

                                                                                                                 Victor Hugo

Texto a quatro mãos pelas escritoras Cristiane Vilarinho, Maria Luíza Faria, Suely Sette e Vólia Loureiro.

7 comentários:

  1. Parabéns, meninas!! Texto lindo! É preciso que os gritos sejam ouvidos, os apelos considerados, para que a nossa realidade mude. Isso só acontecerá quando Governo e Sociedade acordarem para a certeza de que um País só é construído se a Educação vier em primeiro lugar!

    ResponderExcluir
  2. Respostas
    1. Agradecemos a partilha do seu depoimento na condição de profissional da Educação. Gostaríamos muito que a presidente Dilma Roussef pudesse ler não apenas o nosso pequeno texto, mas que ouvisse o clamor de uma nação e que ela e o nosso poder legislativo se envergonhassem e resolvessem dar a atenção devida à Educação brasileira.

      Excluir
    2. Agradecemos sua atenção! Nossa esperança, LvK, é que isso possa acontecer! A conscientização de que tudo começa com a educação, tanto em casa, quanto nos bancos escolares. Pena que tão pouco seja feito! Bom dia!

      Excluir
  3. "Lembramos que a Educação é compromisso de todos. A base da educação moral é dever da família e não da escola. Toda construção requer um alicerce bem feito, o lar, a escola e a sociedade devem se dar as mãos na busca da Educação ideal, formadora de cidadãos.
    A tecnologia ensina muita coisa, facilita o conhecimento, mas não forma a personalidade. Esta é formada nos primeiros anos de vida escolar e familiar." Focam neste trecho a parte mais importante de todo o processo educativo, por mais condições, por mais perfeitos que sejam os currículos, a verdade é que a educação familiar se encontra desestruturada... a sociedade exige mas não cumpre com o seu papel de reformadora.... parabéns pela cronica!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada Alberto e M. Irene Cuddel, agradecemos pela atenção e comentário!

      Excluir
  4. Interessantíssimo debate que trouxeram as Princesas Poetisas do Castelo Literário: Educação, como mola para o progresso material (individual de de uma Nação e formação moral (individual e fator importantíssimo para o equilíbrio da Nação também). Atenho-me a comentar tão somente um dos aspectos: a quem cabe educar: à escola ou à família. Creio que, primordialmente, cabe à Família, berço de uma sociedade. A Escola pode contribuir. Em tempos melhores, pôde a Escola exercer um melhor papel, tanto no provimento de conhecimentos como na transmissão de Cultura. Hoje, com baixos investimentos diretos na Educação, péssima remuneração de professores, aumento da violência, onde professores são agredidos em salas de aula, esperar-se da Escola e dos Professores uma atuação mais efetiva na Educação é pensar em utopia de Júpiter. Mal dão conta de ensinar conhecimentos (eu me refiro às escolas públicas, esmagadora maioria). À família, que deveria exercer o papel educador, não tem a menor estrutura para fazê-lo. O computador e a TV trazem informações e deseducação a todo momento,e os pais estão mais preocupados em sobreviver. Creio que esta geração, tanto em termos de educação, como cultura, está perdida. Para a próxima existe a possibilidade de melhorar. E estaria muito fácil se o governo fizesse valer o que preceitua o Art. 221 da Constituição Federal, quantos aos meios de comunicação: Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios:

    I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;

    II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação;

    III - regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei;

    IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família. Com a participação dos meios de comunicação pode-se muito obter em termos de Educação e Cultura. Basta uma ligeira leitura para alargar-se a contribuição deles, que decorre de princípios da Lei Máxima. Mas, ao invés disto, ditos meios descontribuem com os seus programas contra todos os princípios morais e as autoridades não dão o exemplo, sendo probas. Fica difícil imaginar um cenário em ambos os tripés - cultura e Educação - mesmo a longo prazo. Família, Sociedade, Escola(parte da Sociedade) só se beneficiariam.16/07/201515h40m, Brasília-DF.

    ResponderExcluir