sexta-feira, 7 de agosto de 2015

PENSAMENTOS A QUATRO MÃOS



ERRAR É HUMANO

Errar é humano! Quantas e quantas vezes já ouvimos essa frase? E quantas não foram as vezes que a repetimos, justificando os nossos próprios erros, como se fosse um álibi, a súplica pelo perdão, depois do pecado? Errar é inerente a nossa condição humana, faz parte da vida cometermos erros e quem nunca errou que se manifeste!
Só aprende a andar quem primeiro aprende a cair, eis uma verdade! Nós evolvemos pelo método da tentativa e toda tentativa está sujeita a erros. Não há no mundo alguém que nunca tenha errado. Erramos sempre, erraremos enquanto vivermos. Talvez, seja exatamente o fato de cometermos falhas o que nos torna mais próximos uns dos outros. Sermos todos passíveis de fraquezas, deslizes, pecados, nos iguala a quem se diferencia por títulos, conhecimentos, posição social e tantas outras coisas.
Erramos inconscientemente; às vezes, até por amor! Coisa muito comum de acontecer entre pais e filhos, por exemplo. Pensamos no bem dos nossos filhos e, em nome desse bem querer, muitas vezes, erramos.
Certamente que alguns erros são aceitáveis, enquanto outros denotam falta de maturidade e caráter. Existem erros que ultrapassam os limites da sanidade tão bem-vinda. Para quem se dá o direito de julgar, matar, fazer da vingança uma meta, para esses, acreditamos não haver salvação possível. Errar é humano, desde que o erro não seja intencional, desde que o que nos impila seja a vontade de acertar e o erro seja apenas um passo mal calculado na nossa caminhada. É preciso que tenhamos a consciência de que, uma vez reconhecendo o erro, não tornemos a repeti-lo, pois aí já passa a ser proposital, já passa a ter dolo e as consequências são sempre más. Então há erros e erros!
Errar faz parte da nossa trajetória de crescimento, mas só é perdoável quando não existe a intenção, ou quando o erro é cometido em um momento de privação dos sentidos, sob violenta emoção ou sob um arrastamento aos nossos instintos mais primários.
Errar é humano e perdoável, é correto pensar com indulgência e compreensão: todos têm o direito de errar. Porém, temos o dever de assumir as responsabilidades pelos nossos atos. O conflito diante do erro está na aceitação, no quanto o erro afeta, na compreensão por parte do outro, porque perdoar exige mais do que aceitar. Exige libertação, humildade, tempo. Exige doação. E não é fácil, porque um erro pode levar a dores profundas, mágoas, tristezas, laços desfeitos, rupturas irreversíveis. Mais humano do que errar é ter a dignidade de se curvar e reconhecer a fraqueza; se reerguer e tentar não permanecer no mal, ou não repeti-lo.Acertar sempre é muito difícil, todavia, caminharmos buscando essa perfeição é um dever para com o amor, a mola mestra da vida. Perdoar quem conscientemente busca a redenção é altruísmo e grandeza de alma.
Um ponto importante a considerar é com relação à culpa. Ficar se lamentando dos erros cometidos é algo totalmente improdutivo e não beneficia a ninguém. Se temos consciência de que erramos, o que temos a fazer é procurar consertar o erro, ou pelo menos, minorar-lhes as conseqüências e seguir adiante, tendo o cuidado de não mais cometê-lo. A vida sempre nos permite e oportuniza com possibilidades de corrigir os passos negativos. Então, que procuremos valorizar essas oportunidades que, muitas vezes, surgem em forma de bons conselhos, estes  nos direcionam ao conhecimento. Que saibamos manter o foco e procuremos fazer tudo do modo mais correto, buscando sempre o melhor dentro de nós, para que a nossa caminhada seja bela e que o amor emule sempre os nossos passos, apesar das quedas no percurso.

“Errar é humano, perdoar é preciso, e correr atrás daquilo que realmente queremos é uma obrigação. Viva, ame, pense, erre, caia, levante. E depois do erro, corra atrás de refazer o seu acerto, faça tudo o que desejar fazer, diga te amo sem medo de não ouvir isso depois, aproveite a vida, nunca se sabe o dia de amanhã.”
Bob Marley


(Texto a quatro mãos pelas escritoras Cristiane Vilarinho, Maria Luíza Faria, Suely Sette e Vólia Loureiro)

2 comentários:

  1. Que aprendamos com nosso erros a possamos ser pessoas melhores a cada amanhecer!
    Suely Sette

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  2. A natureza humana é imperfeita é constantemente sofre alterações em seus genes devido ao natural processo evolutivo que está sujeita. Na aurora do nosso aparecimento na Terra, os instintos primordiais que herdamos dos primatas eram importantes para que tivéssemos a chance de sobreviver quando vivíamos nas cavernas. Depois da revolução agrícola, abandonamos aos poucos a vida nômade e criamos as primeiras comunidades, e essa vida gregária ofereceu uma aparente segurança através da união de diversos grupos humanos, o que fez que desenvolvêssemos demais sentimentos que em nós viviam em hibernação, como o amor, a cumplicidade, a solidariedade etc. À medida em que as sociedades arcaicas foram evoluindo e trocando mercadorias entre si, outros sentimentos e aptidões foram descobertas e aplicadas para um melhor desenvolvimento desses extratos do homem primitivo. O consequente aprimoramento das técnicas de caça e plantio, bem como a comercialização de produtos, trouxe também alguns sentimentos negativos, como a cobiça e a inveja que pegaram uma carona a reboque nessa marcha. Hoje em dia o processo evolutivo continuou na medida em que surgiam novos desafios a serem enfrentados pelo homo-sapiens em sua marcha à procura de si mesmo. Portanto, o aprimoramento da espécie no relacionamento consigo mesmo e os seus pares, sempre estará sujeitos a conflitos de toda ordem, o que demonstra que essa convivência com seus pares sempre será uma tarefa árdua e imprevisível.

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