quinta-feira, 9 de abril de 2015

QUEM CONTA UM CONTO...CONTA A CINCO MÃOS - INTIMIDADE

INTIMIDADE

São os nossos segredos do corpo e da mente.  Segredos nunca revelados, tão íntimos que o espelho jamais refletiu.É a nossa alma, desnuda, revelada. Aquilo que nos é mais genuíno... São valores, hábitos, segredos, medos, histórias, comportamentos. Uma cornucópia de coisas que compõem nosso ser.Nem sempre conseguimos partilhar a nossa intimidade, nem sempre queremos ou podemos nos dar a conhecer. Vamos nos revelando aos poucos, como a madrugada revela o dia.
Pode-se confundir com privacidade... E, algumas vezes, até com medo de se mostrar ou mostrar o corpo.  Intimidade é o nosso íntimo que não permite invasões, revelamos o que nos convém, seja do corpo ou da mente.Pode ser positiva quando respeita a liberdade individual, mas quando é exagerada corre-se o risco de se tornar invasiva e inconveniente.
Intimidade é o direito legitimo de todo ser humano a estar só, consigo mesmo.No que tange ao amor, às relações a dois, ela é fundamental. Intimidade dividida pelas secretas trocas de afeto, que só entre as paredes da vida são reveladas.O casal entenderá que a intimidade é mais do que sexo,pois, envolve compromissos mútuos com o seu parceiro. Se cada um disser o que realmente sente e precisa, e, sobretudo, agir de forma transparente e clara, o relacionamento íntimo com certeza irá melhorar sobremaneira.

A intimidade entre duas pessoas revela o nível de confiança e de sintonia entre elas. Há casais que vivem uma vida inteira e não se conhecem, pouco sabem um do outro. Os desejos mais íntimos, a vontade de saber, ter ou querer...

A falta de intimidade destrói qualquer relacionamento. Isso porque muitos casais não vivem essa sensação íntima. O que vem a ser uma enorme pena, porque, dentro de um relacionamento, deve haver intimidade e sempre a verdade.
A técnica para melhorar a intimidade é você se permitir e mudar a dinâmica. Você entender que seu relacionamento físico precisa ser importante principalmente para si.

Em outros casos, podemos ter intimidade com pessoas estranhas, sem nenhum pudor, tanto no que se refere ao corpo , quanto a mente.Há outras pessoas que têm tão grande intimidade entre si, que sabem do estado de espírito do outro, bastando para isso um simples olhar. A intimidade gera cumplicidade e é capaz de nos fazer ler o pensamento do outro.Intimidade é o riso partilhado no silêncio de um olhar que diz sem palavras.
Em outro ângulo, falemos da intimidade do toque. A possibilidade de desvendar, explorar, conhecer. Descobrir o que desperta sensações de prazer, de bem estar. Intimidade que conduz  vibrações gratificantes ao corpo e à alma, sem tabus, sem barreiras. Como é difícil para muitos, suster intimidade, se permitir ir além, se desnudar, se expor!  Algumas pessoas não conseguem dar um beijo em público. Nem um beijo fraterno, como se esse ato mais íntimo fosse violar certos valores. E entre quatro paredes, talvez não consigam apreciar sua própria nudez. Outras se revelam sem inibição. A intimidade se cerca de moral e preconceitos. Algumas culturas trancafiam-na a sete chaves. Qualquer manifestação da mesma é considerada quase uma ofensa. Em outras, é tão natural, que tende a chocar a maioria. Mas, o que permitimos a nós mesmos? O que barramos e o que libertamos de nossa intimidade? O que nos faz bem, mas negamos a nós mesmos por tabu ou por medo de nos mostrarmos e sermos mal compreendidos?
Enfim, que cada um de nós tenha a liberdade de se mostrar ou esconder e que a intimidade seja respeitada, vivida e, sobretudo, apreciada, para que a vida tenha sempre encanto e magia.

“A intimidade pessoal demarca uma área privada que exige tolerância e respeito. É um espaço físico,emocional e intelectual que só pertence a mim. Nem tudo precisa ser revelado. Todo mundo deve cultivar um jardim secreto.”
(Texto a cinco mãos pelas escritoras Cristiane Vilarinho, Maria Luíza Faria, Nell Morato, Suely Sette e Vólia Loureiro)


5 comentários:

  1. Encantador e emocionante!!! Parabéns <3

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  2. Conviver com outra pessoa por longos períodos é um aprendizado constante, devido as diferenças existentes no modo de agir e pensar das pessoas. Os mecanismos que irão regular a permanência dessa união deverão ser observados para que os pontos discordantes sejam adaptados a uma vida a dois. Isso em razão da sobrevivência dessa parceria estar condicionada à tolerância e compreensão dos defeitos de cada um, o que facilitará, e muito, o dia a dia do casal.
    Pode parecer difícil e até inatingível uma perfeita união entre homem e mulher, e talvez seja mesmo, já que por maiores que sejam as virtudes que cada um ostente, sempre haverá um ponto conflitante nesse relacionamento e capaz de jogar por terra todo um esforço construído ao longo dos anos, isso se o problema não for descoberto e equacionado de maneira correta por qualquer um dos lados.
    Dizer o que deva ser feito para que não ocorra uma dissensão, seria ambicioso demais para qualquer um, mesmo para quem pretensamente se arvore possuir a experiência que o habilite a aconselhar sobre o que deva ser feito para a sobrevivência da união consensual. Mesmo porquê, cada relacionamento tem a sua própria característica, e que varia muito o grau de entendimento entre os casais.
    O que pode ser dito a respeito prende-se, exclusivamente ao grau de confiabilidade que deva ser exercido em conjunto, oportunidade em que exista uma profunda e sólida intimidade entre o casal que se traduza numa convivência aberta e desprovida de equívocos, visando que as dificuldades nesses relacionamentos sejam encaradas objetivamente, sem os riscos de um rompimento traumático que ponha fim a uma instituição que é essência de toda a sociedade: A família.

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Obrigada pelo comentário Roberto Fraga, suas observações são valiosas, embora fujam um pouco do foco do assunto, que não trata dos problemas de convivência, mas da intimidade em geral. Entre casais e também da nossa maneira de agir diante de situações que nos desnudam.

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    3. Roberto Fraga ,obrigada por participar e comentar com tanto empenho.
      Aqui nessa Crônica falamos sobre intimidade.A capacidade que nos leva a confiar quer seja num amigo ou num amor.
      Não podemos nunca ,nem pretendemos emitir conselhos ,pois cada um sabe de si e seria muita imprudência e pretensão ,o que não existe aqui ainda bem.
      Concordo quando diz que a intimidade se traduz numa convivência aberta desprovida de enganos,equívocos.
      Bem vindo e obrigada!
      Suely Sette e princesas do castelo literário

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