segunda-feira, 27 de junho de 2016

 A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Violência contra a mulher.... Um tema recorrente que ultimamente ganhou as páginas dos principais jornais do país. A violência choca pela covardia, o poder da força bruta, desconsiderando a força que se hospeda na alma feminina e o carinho com que deveriam ser tratadas todas as mulheres.
Aqui falamos da violência que marca o corpo, mas é importante refletirmos sobre a violência surda que causa a tetraplegia da alma da mulher.
Onde começa a violência feminina? Até onde vai? Que aspectos toma? Será que esta se resume apenas à violência física?
Começa na História da Humanidade, no fato de ser a mulher fisicamente mais frágil que o homem. Até o século XV a Igreja discutia se a mulher teria alma! Por séculos, mulheres foram e são silenciadas pela arrogância, prepotência, desrespeito, pelo desamor da sociedade que enterrou o feminino da alma sob a lama do machismo insensível e cruel. Machismo vestido de “senhor”, “protetor”, “dono”, quando a menina é educada para obedecer sempre, para considerar-se inferior ao homem. 
Por muito tempo a mulher foi educada a pensar que o seu papel na sociedade era de ser apenas esposa e mãe. A rainha do lar e que deveria depender do seu marido e senhor, não lhe restando alternativa que não fosse acatar todas as suas ordens e desejos. Até o sexo para ela não deveria ser prazer, mas obrigação conjugal (mulher “séria” não deveria ter orgasmo, isso era coisa de prostituta, assim eram ensinadas as nossas avós e mães).
 Com o tempo, com o advento da pílula anticoncepcional, essa visão de mulher submissa foi perdendo espaço, embora ainda encontremos mulheres nessa condição, mas a mulher de hoje luta em assumir o seu papel na sociedade, como profissional, cidadã e política.
No Brasil, até meados 1988 a mulher era considerada civilmente incapaz, não tendo CPF, não podendo assinar nenhum contrato, assumir emprego público, sem a autorização do marido. Somente com a nova Constituição a mulher adquiriu direitos plenos de cidadã.
Porém, apesar de todas as conquistas sociais, a mulher ainda é vítima da violência do homem.  Vivemos em uma cultura, cruel e dominadora, de valores e conceitos deturpados. Somos vítimas de uma sociedade mesquinha, que não reconhece as vontades próprias. Em quase todas as culturas do mundo, o sexo feminino é comparado a um objeto. Ainda hoje as mulheres são agredidas, mutiladas e mortas pela mão violenta do homem que a considera como inferior, como coisa, propriedade, como um troféu e não ser humano dotado dos mesmos direitos que ele. E o pior é que, muitas vezes, a sociedade concorda com tal fato.  Em muitos casos de violência sexual, as vítimas são vistas pela sociedade como culpadas. Quantas vezes não ouvimos a frase: “mas ela provocou!” “Se estivesse em casa tal fato não teria acontecido!”,       “ Se não tivesse tal comportamento teria evitado”. E assim a sociedade absolve o agressor e condena a vítima.
Fala-se muito da violência física, porém importa falar na violência psicológica, moral, financeira que sofremos: a cantada grosseira e barata com que muitas vezes recebemos de forma desrespeitosa nas ruas, a agressão psicológica que vem através das palavras ásperas e duras, das ameaças recebidas dos maridos, namorados, companheiros, que veem a mulher como propriedade destes; a discriminação salarial, quando exercendo no trabalho uma mesma função, normalmente a mulher ganha 1/3 do que o seu colega masculino.
O silêncio é também violência. O silêncio gelado, protegido por olhares que chicoteiam, o silêncio amparado pelos lábios indiferentes, que assiste às torturas e julga que aquilo faz parte de outra cultura, de outro modo de viver. Quantas mulheres não têm vivido sob o jugo do silêncio! Quantas mulheres são desprotegidas, expulsas dos vagões dos sentimentos, dos afetos, do carinho e do respeito a que têm direito?! Ainda hoje presenciamos atos abomináveis e a sociedade se emudece, não grita como deveria fazer; não levanta a voz nos tribunais como deveria ser feito. Não ampara e nem protege. É fundamental reconhecer que a pior violência é se calar diante desse comportamento doentio e opressor. Vivemos no século XXI, caracterizado pela democracia, pela igualdade de direitos. Porém a violência contra a mulher ainda é tolerada!
Assim, assusta-nos a ainda mais a ignorância que permanece no ar, mesmo sabendo que a informação que se encontra ao alcance de todos, mesmo considerando o avanço tecnológico e as incríveis descobertas da Ciência, mesmo diante dos avanços sociais, ainda seguimos como no passado, a lei do mais forte imperando. Os coronéis que viam em suas mulheres a progenitora, a santa, que de tão santa era abusada, dominada, silenciada pelo medo, que ainda reina em muitos lares, em muitas sociedades nos dias atuais.
As mulheres são a vida, somos as geradoras da vida, amamos os homens, nossos maridos, filhos, irmãos, amigos, companheiros de jornada evolutiva. Tudo o que queremos é a igualdade de direitos, é um olhar mais carinhoso, é que a nossa fragilidade física seja vista, não como uma desvantagem, um ponto de inferioridade, mas como um encanto, algo que deve ser amado e respeitado. Pedimos carinho e respeito e que se preserve o nosso direito à vida, à individualidade. O nosso direito de cidadã, tão inteligente e produtiva quanto o homem, de ir e vir, de se portar e vestir como nos aprouver, de sermos respeitadas e que sejamos compreendidas e amadas. Porque, sinceramente, homens, sem nós, vocês não existiriam!
Texto a quatro mãos pelas Princesas do Castelo Literário – Cristiane Vilarinho, Maria Luíza Faria, Suely Sette e Vólia Loureiro.


2 comentários:

  1. Assunto muitíssimo importante, e ainda hoje não resolvido! Passam os séculos e a mulher continua em posição inferior, dominada pelo machismo inescrupuloso e cruel! O homem pode ter mais força física, mas a mulher tem a sensibilidade e a intuição aguçada, que a torna mais sábia, mais humana. Os homens sabem disso! Será que sua prepotência machista não é pura inveja das virtudes femininas?

    ResponderExcluir
  2. Ela representa o que de melhor se pode idealizar. Uma espécie de divindade que reina com absoluta liberdade pelos caminhos do coração e da razão, e um ser que exprime o ápice da criação por ser detentora das mais lindas emoções.
    A delicadeza e a realeza de sua presença fazem que nos tornemos submissos diante dos atributos que compõem a sua essência primordial. Mesmo que por alguns instantes pareça frágil e vacilante, na verdade é forte e dominante em tudo que faz, ao oferecer uma nova perspectiva à própria vida que retém e desenvolve em seu ser, ostentando uma capital proeminência no âmago de nossa consciência.
    Dentro dessa particularidade, vive em cumplicidade e harmonia com a natureza que a prestigia com a fragrância e a suavidade das rosas, embriagando e saciando o nosso espírito carente de sua desejada afeição. Representa, também, a esperança da renovação e o sustentáculo de uma bela emoção, ao usar a sua nata sedução para conquistar a nossa eterna admiração, fazendo-nos cativos da especial formação que a eleva aos pináculos da concepção. A musa que contribui com belas virtudes para o perfeito relacionamento com o seu parceiro.
    A obra primordial de um ser especial no caminhar da humanidade, ao conduzi-la ao seu grandioso destino através da cumplicidade com o seu oposto, e este ainda que ocupe um alto posto social, sempre lhe deverá a sua ascensão profissional, pois dela provém a persistência e o companheirismo que influenciarão o seu correto caminhar, além de trazer auspiciosos dividendos aos relacionamentos que se afinem dentro dessa maravilhosa perspectiva.

    ResponderExcluir