segunda-feira, 4 de maio de 2015

QUEM CONTA UM CONTO...CONTA A CINCO MÃOS - COM AÇÚCAR E COM AFETO




COM AÇÚCAR E COM AFETO

Afeto é partilha de amor. É a materialização do amor que existe na alma. Sentimento de inclinação de alguém para o outro, expresso em gestos, por vezes tão sutis, que passam despercebidos. Afeto é a sutileza que se traduz em palavras doces, gestos amorosos e em todo amor que por ele se revela.
O afeto é fundamental para o bom funcionamento da relação entre as pessoas. Graças a ele, as pessoas conseguem criar laços de amizade, não apenas entre si, mas até com os seus animais de estimação. As relações e laços criados não se fundamentam apenas nos sentimentos, mas, também, em atitudes de afeto que precisam ser cultivadas para que se tenham relacionamentos prósperos.
O abraço é gratuito. Dispensa justificativas, palavras, pedidos. Mas, tem o dom de amenizar a angústia, a dor. Acolhe, é aconchego, é bálsamo e ajuda a curar... A simples mensagem em um pedaço de papel faz o coração dar um salto de alegria. Não há exageros, nada de frases elaboradas. Nenhum bordado na folha comum, mas há sentimento evaporando das letras. O sorriso cruza a rua e faz o rosto ganhar contornos de alegria. A alma curva-se, grata. Um simples sorriso, sem preço, sem custos. Todavia, capaz de atravessar o mundo e espalhar sementes invisíveis de esperança. As mãos se tocam, os passos se cruzam, os olhares enviam mensagens de luz e amparo... Isso é afeto.
“Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a Terra”, afirmou Jesus. Muita gente pode desacreditar dessa afirmativa ao observar a violência do mundo hodierno. As pessoas estão, a cada dia, mais desconfiadas e prevenidas contra o outro, porque é grande a iniquidade. Porém, nunca o ser humano precisou tanto de afeto. O mundo anda carente dessa virtude. Andando por aí é fácil vermos cenas de descontrole emocional, agressões desumanas que afastam da gente a divindade do afeto. Essa carência, juntamente com o medo de se dar, de se fazer conhecer, faz com que as pessoas procurem o afeto no mundo virtual; os sites de relacionamento estão aí, cheios de pessoas, cada vez mais conectadas, portando os seus celulares e tablets, buscando suprir no mundo virtual a sua carência real.  Isso é bom e importante até certo ponto, todavia é preciso que não se troque o mundo real pelo mundo virtual. É preciso que nos abramos para o afeto; que saibamos dar e receber amor.
O mundo suplica por afeto. De joelhos, procura entre as fendas da arrogância, da frieza, da ganância, da negligência, do desconsolo, da crueldade. Implora aos ouvidos surdos do poder, do dinheiro desumano, da escassez de humildade e de fé.
Por ser feito da doçura de um abraço, da ternura de um olhar, ou da gratuidade de um coração generoso, o afeto é doce como mel, açucarado pela bondade que deveria ser o tempero da vida.
O amor é a razão da vida. A Humanidade está cansada de sofrer os efeitos do egoísmo e da violência e precisa descobrir que o segredo da felicidade está na mansuetude e na afetuosidade com que tratar o próximo. Isso haverá de acontecer um dia, e nós podemos fazer a nossa parte. O afeto é, na verdade, a fala mansa e suave da criança, ou do ancião que já voltou à velha infância. É também a gratuidade da ação dos jovens engajados no bem do próximo. Afeto não tem idade, tem, sim, a necessidade de ser mais doado e nós podemos fazer a nossa parte, acreditando no amor, dando uma chance à paz e agindo sempre, “com açúcar e com afeto”.

“Que continue sendo doce o seu modo de demonstrar afeto, o seu jeito, seus olhares, seus receios... Que doce seja uma ausência do nosso medo, o seu abraço e a maneira como segura minha mão. Que seja doce, que sejamos doces, e seremos, eu sei...”
Caio Fernando Abreu


(Texto a cinco mãos pelas escritoras: Cristiane Vilarinho, Maria Luíza Faria, Nell Morato, Suely Sette e Vólia Loureiro)

4 comentários:

  1. Maravilhoso texto, princesas!! Afeto em cada linha! Parabéns!

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  2. Simplesmente maravilhoso! Parabéns meninas <3

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  3. Bom mesmo é levar a vida na valsa, dançando, sorrindo, se divertindo, fazendo novas amizades, viajando, andando com gente alegre, de cuca legal, recebendo e visitando os amigos, sem grilo, inveja, preconceito, raiva ou medo do amanhã.

    Utopia? Que nada, bem possível acontecer, desde que mude radicalmente a sua visão do mundo. Não deve, sob nenhuma hipótese, ruminar eventuais fracassos ou mesmo adotar uma postura discriminatória em relação aos semelhantes. A vida é um aprendizado, para que complicá-la? Todo dia se aprende algo de útil nessa caminhada.

    Assimilando essas lições, você se tornará melhor em todos os sentidos. Precisa deixar de lado o que ocasione depressão e ansiedade, além de outros sentimentos negativos. Por ter somente esta vida, não existe razão para desperdiçá-la com bobagens que só trazem amarguras e dificultam a verdadeira visão da sua presença neste mundo. Não pode supervalorizar as coisas materiais que só servem para distinguir os indivíduos e classificá-los numa escala perversa e incompreensível, e que em nada contribui para o saudável relacionamento entre as pessoas. Seja desprendido em relação ao que o afaste do sentido básico da existência humana, que é a convivência harmônica entre os seres vivos. A opulência e a soberba só dividem e criam castas entre os diversos segmentos da sociedade, o que por si só representam o ápice da estupidez humana. 

    Precisa de mudanças drásticas nas atitudes, ao afastar da mente os efeitos nefastos desses sentimentos mesquinhos que influenciam negativamente o processo evolucionário, fazendo com que faça tudo de ruim que deveria evitar a todo custo.
     Longe de ser um projeto inviável, pode encará-lo como uma meta prioritária para que a existência do ser humano seja aprimorada continuamente, e permita que as “distâncias” existentes  entre as diversas classes sociais sejam definitivamente excluídas ou diminuídas, levando a convivência fraterna entre os que viajam nesta imensa espaçonave, que é o nosso planeta, pelo Cosmos infinito em rumo a um destino comum, seja ele qual for.

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  4. Bom mesmo é levar a vida sem pesos na consciência sabedores de que fizemos a nossa parte.Bom também é contarmos com o afeto em uma cidade desconhecida ,na sala de nossa casa ou numa esquina da vida.Obrigada pelo extenso e sempre bem vindo comentário Roberto Fraga.

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