EROS E PSIQUE, UMA HISTÓRIA DE AMOR
Vólia Loureiro do Amaral Lima
Ela era
linda!
Mais que o
amanhecer,
Mais que as
noites de luar.
A sua beleza
era tanta,
Que fez
Afrodite invejar.
Quis, então,
castigá-la,
Pela sua
ofensiva beleza,
E mandou seu
próprio filho,
Praticar
essa vileza.
Fazê-la se
apaixonar
Por um
monstro de rudeza.
Eros, o deus
do amor,
Filho de
Afrodite,
Deveria
flechar Psique
Para que se
apaixonasse
Mesmo sem
saber por quê.
Porém, o
plano de vingança,
Tomou rumo
bem diverso,
Ao ver tanta
beleza,
Em uma
simples mortal,
Eros flechou
a si próprio,
E por
Psique, apaixonou-se, afinal.
Psique, por
ordem do oráculo,
Foi deixada,
vestida de noiva,
Em perigoso
penhasco,
Para ao
monstro ser ofertada em casamento,
E a família
ser poupada de doloroso tormento.
Zéfiro, o
vento,
Levou a
jovem adormecida,
Para viver
em lindo castelo,
Para sempre,
por toda vida.
Lá seria uma
princesa,
Porém, amar,
era coisa proibida.
Eros, no
entanto, não resistiu,
Aos encantos
da jovem tão bela,
Sucumbiu.
E no escuro
da noite,
Iluminada
pelas estrelas,
Amou Psique,
ternamente,
E lhe fez,
assim, mulher.
Era um amante sem rosto,
Que, à Psique, toda noite possuía.
Era sempre no escuro,
Que o amor acontecia.
A face do amante era-lhe negado mirar,
Ainda assim, a linda jovem permitiu-se amar.
A curiosidade, porém, Foi maior que a confiança,
E um dia a jovem amante,
Ao perceber o amado a dormir,
Quebrou o pacto firmado,
Não conseguiu resistir.
Munida de lâmpada a óleo,
Procurou ver-lhe o semblante,
Era de uma beleza tão grande,
Que a jovem entontecida,
Derramou-lhe sobre o ombro,
O óleo da lâmpada que lhe causou
No ombro uma ferida.
Desperto pela dor,
E ao ver a promessa quebrada,
Eros, desapontado, fugiu dos braços da amada,
Que se quedou em desalento,
Chorando desesperada.
E Zéfiro a
levou de volta,
À vida de
antigamente,
Não mais
castelo, nem amor,
Só a
tristeza de um coração doente.
Entretanto,
pelo amor,
Psique quis
lutar,
E pelo mundo
saiu ,
Em busca do
amado encontrar.
Chegando a
um templo,
Em busca do
seu amado,
Notou que,
em seu interior,
Tudo estava
desarrumado.
A cevada se
espalhava,
Sujando, da
deusa Deméter, o altar.
Psique,
prestativa, logo se pôs a ajudar,
Limpou tudo
e organizou,
Deixou o
templo brilhando,
E a Deusa
agradecida,
Deu-lhe
valioso conselho:
“Concilia-te
com a Beleza,
É o que tens
a fazer,
Para o amor
reencontrar.”
Psique,
resoluta,
Senhora de
coragem absoluta,
Aos pés de
Afrodite foi-se dobrar.
Humilhando-se
diante da deusa,
Querendo seu
amor encontrar.
Afrodite,
orgulhosa,
Impôs-lhe quatro
condições,
Para
encontrar o amado,
Passaria por
missões.
Dependeria
dela própria,
O glorioso
resultado,
Ou o
fracasso malfadado.
A primeira
dentre essas,
Era, em uma
noite separar,
Uma montanha
de vários grãos,
Tudo em cada
lugar.
Psique, a tarefa
começou,
Porém, de
tão cansada,
O sono a
dominou.
Mas, um
grupo de formigas,
Sua tarefa
terminou.
A segunda
tarefa,
Pela deusa
ordenada,
Era colher, dos
carneiros,
A sua lã
dourada,
Estava na
beira do rio,
Quando um
junco lhe falou:
-Espere que venham
beber,
Nos
espinhos, a lã irão fornecer.
Psique
esperou,
E a tarefa
terminou.
O terceiro
trabalho
Que foi, a
Psique, exigido,
Era: as
negras águas do Rio Estige colher.
Entre a
tarefa e o Rio havia um grande penhasco,
Queria a
deusa, que a mortal nele se precipitasse.
Porém, uma
águia o vaso tomou-lhe das mãos.
E, trazendo
o líquido negro, ajudou-a a cumprir a missão.
Não
satisfeita, Afrodite ordena,
Que a jovem
desça aos infernos
E da Rainha
Perséfone,
Traga um
pouco de sua beleza.
Pensava que,
assim a jovem,
Sucumbiria
com certeza.
Mas, Psique foi
esperta,
Pagou ao
barqueiro Caronte,
Sua passagem
para o Hades,
Acalmou o
cão Cérbero,
Ofertando-lhe
um bolo,
E de
Perséfone conseguiu
Uma caixa,
com uma porção de beleza.
A vaidade, entretanto,
Causou-lhe
certo encanto,
E a caixa
ela abriu,
Caindo em
profundo sono,
De imediato
dormiu.
E seria para
sempre,
Que quedaria
adormecida,
Não fosse o
amado Eros,
Já curado da
ferida,
Acordá-la
com um beijo,
A batalha,
enfim, foi vencida.
E com a
permissão de Zeus,
Psique
tornou-se imortal.
Eros e
Psique casaram no final,
E dessa
linda história
Um belo
fruto surgiu,
Um que sonho
se realizou,
Nasceu
Volúpia,
Filha da
alma e do amor.
26/07/2014.
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