terça-feira, 19 de julho de 2016

CORRUPÇÃO

CORRUPÇÃO, DE QUEM É A CULPA?

Corrupção, palavra que, ultimamente, anda frequente em todas as rodas de conversas, em todos os meios sociais. Todos reclamam que a corrupção está disseminada por todos os órgãos e serviços governamentais, o Brasil está mergulhado em um mar de atrocidades, onde corrupção parece ter contaminado tudo. O Congresso já nos mostrou em larga escala o que o ser humano, é capaz de fazer pela ganância e sede de poder...
Mas, onde começa a corrupção? Triste concluir que começa em casa.... Quando os pais tentam comprar a obediência dos filhos:  “ Se você se comportar direitinho Joãozinho, eu lhe compro esse presente! ” “Faça a tarefa escolar Mariazinha que mamãe lhe dá um chocolate! ” Quando os pais pagam aos filhos pequenos “favores” distorção acontece. Crescemos aprendendo que “é dando que se recebe”... Aprendemos com exemplos e a escola doméstica é a primeira que a vida nos apresenta.
Sim, a corrupção começa com a educação no lar, com os valores que aprendemos a considerar corretos, com os exemplos que recebemos dos nossos pais e damos aos nossos filhos e também recebe a influência da sociedade, principalmente da mídia.
Desde que o mundo é mundo, sempre houve aquele “jeitinho”, ou seja, troca de favores, influência, prestígios e favorecimento próprio. De algum tempo para cá, as coisas degeneraram de tal forma a ponto de fugir do controle. Lembro-me que, quando criança, os heróis que nos eram apresentados nos programas e seriados infantis eram sempre aqueles comprometidos com o bem, com o combate ao crime, com o sentimento altruísta de sacrifício em prol do outro. Havia exemplos de bom caráter, os meninos eram escoteiros, as meninas bandeirantes, aprendíamos noções de civilidade, de amor à pátria, respeito aos mais velhos, respeito aos professores e aos colegas. Ninguém achava bonito falar palavrão. Era elegante ser cavalheiro, ser gentil, ser romântico. As moças admiravam os rapazes românticos, os poetas.
No final da década de 1960, com a Guerra do Vietnam, o surgimento do movimento hippie, passou-se a contestar os valores morais. É certo que houve conquistas, no que se refere principalmente as conquistas femininas, a liberdade e igualdade sexual, ao fim de muitos comportamentos hipócritas, todavia, instituiu-se a figura do anti-herói e os valores positivos também passaram a ser contestados e negados. Herói passou a ser aquele que fosse mais esperto, que soubesse ludibriar os outros. No Brasil, essa figura foi muito bem representada pela personagem Beto Rockfeller, o anti-herói, aquele sujeito bonachão, malandro, de moral discutível e que passava a perna em todo mundo. Esse passou a ser o herói brasileiro. E, para tristeza nossa, o modelo se espalhou de tal forma que, atualmente, vivemos a maior crise moral de todos os tempos. A corrupção é uma das suas formas.
A corrupção caminha nos corredores dos hospitais, mas ignora os gemidos de dor.... Senta-se nos bancos quebrados das escolas, mas não chora a ausência do conhecimento negado.... Prova o alimento parco da mesa rústica, mas ignora o ronco do estômago mal alimentado.
Corrupção...O verme que se arrasta e se multiplica numa infinidade de pecados.
Sim. Pecados de desamor, de negligência vergonhosa, de desumanidade imensurável. Praga que se alastra e ceifa vidas, rouba sorrisos, encarcera esperança, mais do que as guerras. Bomba silenciosa, manuseada nas mesas ilustres do alto poder, contagiando o poder menor.  Veneno que entorpece os valores morais, humanos, religiosos...Veneno viciante, espalhado em doses diversas, em taças luxuosas ou xícaras simples...
Corrupção... Um mal que cega e torna insensível o coração do homem.
Um mal que seda a consciência e torna natural matar aos poucos. Um mal que blinda as portas da compaixão, da justiça, da bondade e do pudor.
A corrupção e um câncer social com metástases graves. É preciso repensar e estarmos vigilantes com nossa conduta moral e ética.
Será que nós, que reclamamos tanto da corrupção também não somos corruptos?
É preciso pensar bem antes de afirmarmos que sim.
Aquela inocente multa de trânsito que foi evitada pagando-se ao guarda, a compra de um lugar na fila, a concordância silenciosa com os desmandos das autoridades, a indiferença ante os fatos apresentados à exaustão revelando atos errados, a simples e intolerável briga entre irmãos sanada com uma boa mesada que a todos silencia, provam essa teoria.
O Congresso Nacional é o espelho do povo brasileiro. O corrupto de hoje já foi à criança de ontem embalada em berço estranho...
Queremos que nosso filhos e netos aprendam que roubar é errado, para tanto precisamos estar ao lado deles mostrando que o que fazem os ladrões do patrimônio público terá consequências...
Ao povo que paga com suor e sacrifício seus impostos, e vê todos os dias seu dinheiro ganho honestamente ser dividido com os ladrões de colarinho branco fica difícil essa explanação.
Lembremos que o Brasil somos nós, cidadãos. Enfim, a conduta social e o nosso comportamento diante dos fatos é que farão um Brasil mais justo e organizado. O povo precisa ser respeitado pelos seus governantes.
A situação atual é difícil, complicada, é todo um trabalho de reformulação de valores necessário para não naufragarmos. Mas, enquanto existir no mundo uma centelha de honestidade ainda haverá esperança e é nela que deveremos nos apegar.
Que voltemos a buscar em nossos heróis os que não olham para o próprio umbigo, mas para o bem de todos!
Texto a quatro mãos, pelas princesas do Castelo Literário Maria Luíza Faria,Cristiane Vilarinho,Suely Sette Vólia Loureiro do Amaral Lima







segunda-feira, 27 de junho de 2016

 A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Violência contra a mulher.... Um tema recorrente que ultimamente ganhou as páginas dos principais jornais do país. A violência choca pela covardia, o poder da força bruta, desconsiderando a força que se hospeda na alma feminina e o carinho com que deveriam ser tratadas todas as mulheres.
Aqui falamos da violência que marca o corpo, mas é importante refletirmos sobre a violência surda que causa a tetraplegia da alma da mulher.
Onde começa a violência feminina? Até onde vai? Que aspectos toma? Será que esta se resume apenas à violência física?
Começa na História da Humanidade, no fato de ser a mulher fisicamente mais frágil que o homem. Até o século XV a Igreja discutia se a mulher teria alma! Por séculos, mulheres foram e são silenciadas pela arrogância, prepotência, desrespeito, pelo desamor da sociedade que enterrou o feminino da alma sob a lama do machismo insensível e cruel. Machismo vestido de “senhor”, “protetor”, “dono”, quando a menina é educada para obedecer sempre, para considerar-se inferior ao homem. 
Por muito tempo a mulher foi educada a pensar que o seu papel na sociedade era de ser apenas esposa e mãe. A rainha do lar e que deveria depender do seu marido e senhor, não lhe restando alternativa que não fosse acatar todas as suas ordens e desejos. Até o sexo para ela não deveria ser prazer, mas obrigação conjugal (mulher “séria” não deveria ter orgasmo, isso era coisa de prostituta, assim eram ensinadas as nossas avós e mães).
 Com o tempo, com o advento da pílula anticoncepcional, essa visão de mulher submissa foi perdendo espaço, embora ainda encontremos mulheres nessa condição, mas a mulher de hoje luta em assumir o seu papel na sociedade, como profissional, cidadã e política.
No Brasil, até meados 1988 a mulher era considerada civilmente incapaz, não tendo CPF, não podendo assinar nenhum contrato, assumir emprego público, sem a autorização do marido. Somente com a nova Constituição a mulher adquiriu direitos plenos de cidadã.
Porém, apesar de todas as conquistas sociais, a mulher ainda é vítima da violência do homem.  Vivemos em uma cultura, cruel e dominadora, de valores e conceitos deturpados. Somos vítimas de uma sociedade mesquinha, que não reconhece as vontades próprias. Em quase todas as culturas do mundo, o sexo feminino é comparado a um objeto. Ainda hoje as mulheres são agredidas, mutiladas e mortas pela mão violenta do homem que a considera como inferior, como coisa, propriedade, como um troféu e não ser humano dotado dos mesmos direitos que ele. E o pior é que, muitas vezes, a sociedade concorda com tal fato.  Em muitos casos de violência sexual, as vítimas são vistas pela sociedade como culpadas. Quantas vezes não ouvimos a frase: “mas ela provocou!” “Se estivesse em casa tal fato não teria acontecido!”,       “ Se não tivesse tal comportamento teria evitado”. E assim a sociedade absolve o agressor e condena a vítima.
Fala-se muito da violência física, porém importa falar na violência psicológica, moral, financeira que sofremos: a cantada grosseira e barata com que muitas vezes recebemos de forma desrespeitosa nas ruas, a agressão psicológica que vem através das palavras ásperas e duras, das ameaças recebidas dos maridos, namorados, companheiros, que veem a mulher como propriedade destes; a discriminação salarial, quando exercendo no trabalho uma mesma função, normalmente a mulher ganha 1/3 do que o seu colega masculino.
O silêncio é também violência. O silêncio gelado, protegido por olhares que chicoteiam, o silêncio amparado pelos lábios indiferentes, que assiste às torturas e julga que aquilo faz parte de outra cultura, de outro modo de viver. Quantas mulheres não têm vivido sob o jugo do silêncio! Quantas mulheres são desprotegidas, expulsas dos vagões dos sentimentos, dos afetos, do carinho e do respeito a que têm direito?! Ainda hoje presenciamos atos abomináveis e a sociedade se emudece, não grita como deveria fazer; não levanta a voz nos tribunais como deveria ser feito. Não ampara e nem protege. É fundamental reconhecer que a pior violência é se calar diante desse comportamento doentio e opressor. Vivemos no século XXI, caracterizado pela democracia, pela igualdade de direitos. Porém a violência contra a mulher ainda é tolerada!
Assim, assusta-nos a ainda mais a ignorância que permanece no ar, mesmo sabendo que a informação que se encontra ao alcance de todos, mesmo considerando o avanço tecnológico e as incríveis descobertas da Ciência, mesmo diante dos avanços sociais, ainda seguimos como no passado, a lei do mais forte imperando. Os coronéis que viam em suas mulheres a progenitora, a santa, que de tão santa era abusada, dominada, silenciada pelo medo, que ainda reina em muitos lares, em muitas sociedades nos dias atuais.
As mulheres são a vida, somos as geradoras da vida, amamos os homens, nossos maridos, filhos, irmãos, amigos, companheiros de jornada evolutiva. Tudo o que queremos é a igualdade de direitos, é um olhar mais carinhoso, é que a nossa fragilidade física seja vista, não como uma desvantagem, um ponto de inferioridade, mas como um encanto, algo que deve ser amado e respeitado. Pedimos carinho e respeito e que se preserve o nosso direito à vida, à individualidade. O nosso direito de cidadã, tão inteligente e produtiva quanto o homem, de ir e vir, de se portar e vestir como nos aprouver, de sermos respeitadas e que sejamos compreendidas e amadas. Porque, sinceramente, homens, sem nós, vocês não existiriam!
Texto a quatro mãos pelas Princesas do Castelo Literário – Cristiane Vilarinho, Maria Luíza Faria, Suely Sette e Vólia Loureiro.


quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

MENSAGEM DE NATAL



MENSAGEM DE NATAL DO CASTELO LITERÁRIO

Natal é tempo de paz nos corações! É o convite de Jesus ao amor, a deixar que, em cada coração, possa nascer a fraternidade, o respeito, a solidariedade.
Então é Natal! Jesus vem a nós e com ele a esperança de um mundo melhor... São tantas as coisas que pode esta data para nós significar! Que seja o Natal o momento precioso para a celebração infinita da vida, da vida abençoada, ofertada a cada nascer do Sol, reinventada em cada madrugada.... Que seja uma troca de afetos, de carinhos sem perguntas, de sorrisos de esperança.
Natal é sinônimo de ternura, de simplicidade, de se doar ao próximo. No entanto, de que adianta a mesa farta, se, ao sentarmo-nos à mesa, não nos lembramos do verdadeiro significado que essa data nos remete? Transformamos essa data em preciosas luzes cintilantes das árvores, em presentes caros, em mesas fartas e esquecemos o seu verdadeiro sentido: O aniversário do menino Jesus.
Esqueçamos do consumismo! Da correria para comprar os presentes e também da ansiedade em ganha-los! Que importa se em nossa casa não existe uma linda árvore de natal, nem uma rica ceia, nem tampouco presentes a distribuir... Se houver amor em seu coração, se houver união entre as pessoas, aí existirá o verdadeiro espírito de Natal. Cada um de nós pode ser um presépio vivo, que acolhe o menino Jesus no íntimo do próprio coração.
Sinta essa sintonia. Ornemos cada gesto de bem-querer sem preconceitos, não apenas por uma noite, , por um dia, mas por muito mais do que podemos imaginar... Ornemos de brilho duradouro a nossa alma... Brilho de gratidão e humanidade, brilho de gentileza e alegria pura. Reinventemos essa data especial cada vez que for necessário.... Renascer pode ser a cada instante, sempre que o coração suplicar. Celebremos sem contar as horas vindas, sem esperar o fim, sem contar os presentes, mas sendo presença eterna.
   Nesta noite de Natal, diante do infinito poder, roguemos por todos aqueles que choram e sofrem. Supliquemos por todos que buscam paz. Que haja esperança e oportunidade de um futuro melhor para todos. Que em todos os lares haja amor! Que possamos presentear as pessoas com sinceridade, amor, verdade e carinho. Que palavras de sabedoria fiquem tatuadas em nossos corações.
Embora muitas pessoas não acreditem na magia do Natal, ela existe. Está no ar, em uma atmosfera mais receptiva ao amor, ao perdão, à ternura para com o próximo, tudo depende de nós. Precisamos despertar a nossa alma para reencontrar a velha magia. Aproveitemos para retirar as mágoas que escurecem a nossa alma e dificulta a nossa evolução. Que possamos abrir os nossos corações e sonhar, desejar, sorrir e amar. E que a magia do Natal ilumine os nossos corações.
Nós, administradoras do Castelo Literário, princesas da Literatura, defensoras da Literatura Nacional, aqui nos reunimos com o ensejo de fazer chegar a cada coração, a nossa gratidão por tantas e tantas conquistas neste ano que se finda...  Estivemos juntos, trabalhamos, fazendo com amor cada etapa desse laborioso e gratificante ofício. Fizemos uma linda colcha de retalhos, de beleza em poemas, livros, eventos marcantes que permearam de vida os salões do nosso castelo.
A todos que lado a lado caminharam conosco nessa jornada, o nosso muito obrigada!
Que nesse Natal possamos receber do menino Jesus uma boa dose de inspiração, aliada ao amor, para fazer de 2018 um ano de mais alegria e paz!
Nada mais precisamos pedir, conhecemos o poder do verso transformador, conhecemos a força explícita no verso de protesto e sabemos com isso que tudo pode ser mudado, com a força da nossa voz em uníssono...
Que todos os dias sejam Natal para todos nós!
Feliz Natal, feliz ano que desponta com seus dias desconhecidos, mas prometidos de Fé. É só acreditar.... Tudo vem e tudo passa, mas sempre permanece o que é de Luz!
(Texto a quatro mãos pelas escritoras: Cristiane Vilarinho, Maria Luíza Faria, Suely Sette e Vólia Loureiro)



quarta-feira, 16 de setembro de 2015

PENSAMENTOS A QUATRO MÃOS - EDUCAÇÃO, CAMINHO PARA A CIDADANIA




EDUCAÇÃO CAMINHO DA CIDADANIA

O que significa educar? A quem pertence o papel de educar? Qual a situação da educação no nosso país?

Educar é estimular as capacidades físicas, cognitivas e morais de um indivíduo de forma a integrá-lo plenamente na sociedade a que pertence. É o caminho que leva o indivíduo à conquista da sua cidadania e leva também a sociedade ao progresso material e moral.

Não é novidade alguma os graves problemas da Educação no Brasil. É como bater em uma tecla gasta. Lemos, ouvimos, falamos, “palpitamos”, nos surpreendemos de vez em quando, nos exaltamos vez por outra, e esperamos sempre.

Quando falamos da Educação como formação, como profissão, esbarramos em todas as adversidades que se apresentam em um país onde ela é deixada de lado. É revoltante ouvir autoridades falando do tema sem nenhum compromisso e nem conhecimento da verdade, e esta está presente no dia a dia dos professores, nas salas de aula.

Falta de condições físicas, no que diz respeito às instalações apropriadas (há escolas no interior do país, que não têm sequer cadeiras), despreparo dos professores e funcionários,  falta de políticas sociais sérias e compromissadas, que incentivem o interesse do aluno a permanecer na escola, que o faça ter prazer no estudo, desvalorização da carreira do Magistério ( baixos salários, falta de planos de carreira, falta de cursos de reciclagem), distanciamento da família com as atividades da escola, são alguns entre os muitos problemas vividos pela Educação no Brasil.

Dizem por aí: - “Quem quer ser rico não vá ser professor...” É bem verdade que ser professor é ser um vocacionado, pois, se assim não fosse, as escolas há muito não existiriam. Todavia, é preciso que haja respeito. Como exercer a vocação em escolas sucateadas? Como exercer a vocação com projetos criados de cima para baixo?

Toda a ilusão propagada país afora está longe da realidade vivenciada nos recantos mais humildes. Uma pequena parcela tem acesso ao que verdadeiramente podemos definir como “boa educação”. A parcela restante sobrevive do empenho e do esforço dos que ainda acreditam que é possível sobreviver, alcançar algo grandioso, subir ao pódio uma vez na vida. Professores de hoje são heróis anônimos, lutando contra gigantes armados, programados para eliminá-los... Escolas sem segurança, alunos revoltados e desinteressados, salários indignos, deveres sem direitos, eis a vocação.
Programas e mais programas, estratégias, esforço dobrado, amor, vocação, eis as armas de que dispõem os professores hodiernos.

Por outro lado, indagamos: A quem pertence o papel de educar? Falamos aqui da educação que forma o caráter, que agrega valores, ensina como ser gente em todos os lugares, sem precisar de manual de instrução para saber se comportar. Referimo-nos à educação moral, que está cada vez mais escassa.

Há algumas décadas, tinha-se como certo que aos pais era dada a tarefa da educação moral de seus filhos e aos professores era legada a tarefa da instrução, da educação do intelecto. Hoje em dia, porém, é cada vez mais comum os pais relegarem à tarefa da educação moral de seus filhos à escola. Em outros tempos, os professores instruíam e passavam seus conhecimentos, hoje, assumem também a tarefa de educar e disciplinar crianças que vêm de seus lares.

Lembramos que a Educação é compromisso de todos. A base da educação moral é dever da família e não da escola. Toda construção requer um alicerce bem feito, o lar, a escola e a sociedade devem se dar as mãos na busca da Educação ideal, formadora de cidadãos.
A tecnologia ensina muita coisa, facilita o conhecimento, mas não forma a personalidade. Esta é formada nos primeiros anos de vida escolar e familiar.
Despertar na criança o olhar que já é repleto de curiosidade, deixar exalar essa curiosidade. Incentivar a busca pelas respostas é o caminho.

A nossa realidade requer uma escola que tenha sua proposta de Educação expressa em um projeto funcional abrangente, que reflita às expectativas de toda comunidade. 
A tarefa da Educação deve envolver a todos, para que se construa uma escola criativa, crítica, democrática e de qualidade. 
Os pais devem ter a consciência da importância do seu papel na formação moral de seus filhos, compreendendo que essa tarefa se dá no dia a dia, através do exemplo, da disciplina e do amor. 

A Sociedade deve tomar consciência de que, sem Educação, não existe progresso, nem liberdade.
As crianças e os jovens de hoje serão os pais, os professores, os cientistas, os gênios do amanhã e este chega logo. Que não precisemos chorar mais tarde os gênios perdidos, o futuro promissor abortado.

“Quem abre uma escola fecha uma prisão. ”

                                                                                                                 Victor Hugo

Texto a quatro mãos pelas escritoras Cristiane Vilarinho, Maria Luíza Faria, Suely Sette e Vólia Loureiro.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

PENSAMENTOS A QUATRO MÃOS



ERRAR É HUMANO

Errar é humano! Quantas e quantas vezes já ouvimos essa frase? E quantas não foram as vezes que a repetimos, justificando os nossos próprios erros, como se fosse um álibi, a súplica pelo perdão, depois do pecado? Errar é inerente a nossa condição humana, faz parte da vida cometermos erros e quem nunca errou que se manifeste!
Só aprende a andar quem primeiro aprende a cair, eis uma verdade! Nós evolvemos pelo método da tentativa e toda tentativa está sujeita a erros. Não há no mundo alguém que nunca tenha errado. Erramos sempre, erraremos enquanto vivermos. Talvez, seja exatamente o fato de cometermos falhas o que nos torna mais próximos uns dos outros. Sermos todos passíveis de fraquezas, deslizes, pecados, nos iguala a quem se diferencia por títulos, conhecimentos, posição social e tantas outras coisas.
Erramos inconscientemente; às vezes, até por amor! Coisa muito comum de acontecer entre pais e filhos, por exemplo. Pensamos no bem dos nossos filhos e, em nome desse bem querer, muitas vezes, erramos.
Certamente que alguns erros são aceitáveis, enquanto outros denotam falta de maturidade e caráter. Existem erros que ultrapassam os limites da sanidade tão bem-vinda. Para quem se dá o direito de julgar, matar, fazer da vingança uma meta, para esses, acreditamos não haver salvação possível. Errar é humano, desde que o erro não seja intencional, desde que o que nos impila seja a vontade de acertar e o erro seja apenas um passo mal calculado na nossa caminhada. É preciso que tenhamos a consciência de que, uma vez reconhecendo o erro, não tornemos a repeti-lo, pois aí já passa a ser proposital, já passa a ter dolo e as consequências são sempre más. Então há erros e erros!
Errar faz parte da nossa trajetória de crescimento, mas só é perdoável quando não existe a intenção, ou quando o erro é cometido em um momento de privação dos sentidos, sob violenta emoção ou sob um arrastamento aos nossos instintos mais primários.
Errar é humano e perdoável, é correto pensar com indulgência e compreensão: todos têm o direito de errar. Porém, temos o dever de assumir as responsabilidades pelos nossos atos. O conflito diante do erro está na aceitação, no quanto o erro afeta, na compreensão por parte do outro, porque perdoar exige mais do que aceitar. Exige libertação, humildade, tempo. Exige doação. E não é fácil, porque um erro pode levar a dores profundas, mágoas, tristezas, laços desfeitos, rupturas irreversíveis. Mais humano do que errar é ter a dignidade de se curvar e reconhecer a fraqueza; se reerguer e tentar não permanecer no mal, ou não repeti-lo.Acertar sempre é muito difícil, todavia, caminharmos buscando essa perfeição é um dever para com o amor, a mola mestra da vida. Perdoar quem conscientemente busca a redenção é altruísmo e grandeza de alma.
Um ponto importante a considerar é com relação à culpa. Ficar se lamentando dos erros cometidos é algo totalmente improdutivo e não beneficia a ninguém. Se temos consciência de que erramos, o que temos a fazer é procurar consertar o erro, ou pelo menos, minorar-lhes as conseqüências e seguir adiante, tendo o cuidado de não mais cometê-lo. A vida sempre nos permite e oportuniza com possibilidades de corrigir os passos negativos. Então, que procuremos valorizar essas oportunidades que, muitas vezes, surgem em forma de bons conselhos, estes  nos direcionam ao conhecimento. Que saibamos manter o foco e procuremos fazer tudo do modo mais correto, buscando sempre o melhor dentro de nós, para que a nossa caminhada seja bela e que o amor emule sempre os nossos passos, apesar das quedas no percurso.

“Errar é humano, perdoar é preciso, e correr atrás daquilo que realmente queremos é uma obrigação. Viva, ame, pense, erre, caia, levante. E depois do erro, corra atrás de refazer o seu acerto, faça tudo o que desejar fazer, diga te amo sem medo de não ouvir isso depois, aproveite a vida, nunca se sabe o dia de amanhã.”
Bob Marley


(Texto a quatro mãos pelas escritoras Cristiane Vilarinho, Maria Luíza Faria, Suely Sette e Vólia Loureiro)

quarta-feira, 22 de julho de 2015

PENSAMENTOS A QUATRO MÃOS - RECOMEÇAR


RECOMEÇOS

Recomeçar... a arte de tentar de novo, refazer depois de uma interrupção. “Tente outra vez”... “Recomece”, é o que ouvimos, sempre que colocamos um ponto final no que não deu certo.
Recomeçar é bem mais que uma simples palavra ou suas definições e sinônimos, requer coragem e uma boa dose de determinação. É dar-se uma chance de fazer melhor. Rever conceitos, atitudes, reestruturar nosso caminho, endireitando as trilhas do passado, antes equivocadas, implica em renúncia e renunciar, por vezes, dói.
No primeiro momento, não conseguimos sair do lugar. E agora? Abandonar a zona de conforto para tentar outro caminho? Mirar um horizonte incerto? O novo nos assusta. O tentar outra vez é um passo inseguro. Novas possibilidades parecem lindas nos contos, nos sonhos, nas novelas com finais previsíveis. Mas, e na realidade crua, sem bola de cristal? Não é fácil. E requer uma coragem maior do que pensamos ter. Levantar, arregaçar as mangas, vestir-se de confiança e acreditar em nós mesmos. Recomeçamos um pouco a cada dia, pela singularidade com que é tecido cada amanhecer.... Fazer diferente, termos a força para encerrarmos um ciclo que não deu certo e partir, sem medo, rumo ao novo que se apresenta é o que importa. Dar passos firmes, e, se necessário, voar sobre os desafios, não é tarefa muito fácil, mas é possível.
A vida é cheia de ciclos: o dia é sucedido pela noite e esta terá um novo dia como sucessão. As estações do ano se sucedem e retornam no tempo certo. Tudo se renova! Nós também precisamos de renovação.... Abrir as janelas e deixar que os ventos da renovação penetrem os nossos medos e preconceitos; tirar o mofo dos valores ultrapassados, evoluir!
Mas é preciso coragem e desapego. É preciso saber perder, para poder ganhar. A vida se renova a cada dia, e precisamos estar atentos, aproveitando toda essa energia. As oportunidades, são, de fato, a maior graça do que possuímos diante de um recomeço. Porém, vivemos em função do momento, que, muitas vezes, nos paralisa pelo medo, pela incerteza do novo. E nesse processo de renovação, muitas coisas temos que deixar pelo caminho: pessoas, valores espirituais, coisas materiais. Às vezes, precisamos sofrer para aprender e evoluir, não existe bônus sem ônus.
Insucessos devem, antes, serem motivadores, por mais que nos decepcionem a princípio. Erguer-se do pó, renascer mais fortes é próprio dos corajosos, que saindo da zona de conforto, lançam-se em “mares nunca dantes navegados” (Camões). Mas, lá no fundo do túnel, existe a luz, o desejo de continuar a caminhada. Porque recomeçar é luz que aquece a nossa alma, é chama viva do milagre da vida, tão necessária para não apagar o milagre da fé e não nos deixar sucumbir. De um mundo mergulhado em trevas, a luz, mesmo distante, aponta caminhos. E essa luz habitará o nosso interior, se assim a cultivarmos com sabedoria. Pois, aproveitar a dádiva da vida, é vivermos em equilíbrio, firmes no propósito do bem viver. É preciso fé para seguir em frente e compreender que cada coisa tem seu tempo no tempo de Deus.
Aprimoramento pessoal, crescimento individual é o que liberta a alma cheia de enganos.... Começar de novo.... Se há um sonho, um imenso desejo, se há bastante fé e um sorriso desenhado na alma, é possível, sim!

“Recomeça.... Se puderes, sem angústia e sem pressa e os passos que deres, nesse caminho duro do futuro, dá-os em liberdade, enquanto não alcances, não descanses, de nenhum fruto queiras só a metade.”
Miguel Torga


quarta-feira, 27 de maio de 2015

QUEM CONTA UM CONTO...CONTA A CINCO MÃOS - GANÂNCIA





GANÂNCIA

Ganância é sempre querer mais, além da necessidade, sem se importar se tal querer possa prejudicar alguém ou fazer falta ao outro. O apego excessivo e descontrolado por bens materiais, poder, fama, sucesso, é considerado um dos sete pecados capitais, pois o ganancioso dá mais valor aquilo que pensa possuir do que a sua paz interior.
A ganância é um dos tentáculos do egoísmo e prejudica, sobremaneira, àquele que sofre desse mal moral. Aliada à inveja, esse vício causa sofrimento, pois traz a eterna insatisfação.
É natural e até aceitável que o ser humano tenha em meta progredir na vida. Nada há de errado em querermos bens, melhor qualidade de vida, mais conforto para as nossas famílias. Tudo isso é saudável e deve mover o homem, desde que bem dosado. Porém, a ganância em acumular riquezas , esquecendo de viver é um mal lamentável e doentio.
A pessoa gananciosa tem um apetite voraz pelo ganho. Deseja ter, possuir cada vez mais, não importando os meios utilizados para atingir os seus objetivos, sejam eles lícitos ou não.
Não se trata apenas de cobiçar o dinheiro alheio, o braço poderoso da ganância se estende pelo poder, pela fama, por verdadeiras fortunas em terras, gado, pedras preciosas, ações, etc.
Às vezes, a ambição do ganancioso é obsessiva, não envolvendo nenhum valor, mas a cobiça pela fama conquistada pelo outro, quando se trata de alguma celebridade ou um cargo de grande prestígio em uma grande corporação. Não interessa ao ganancioso o prejuízo que irá provocar para as pessoas ou para as empresas, provavelmente dirá que os fins justificam os meios.  Aqui falamos de poder, fama, fortunas imensas, mas não é só no meio corporativo ou na vida das celebridades e milionários que a ganância  se manifesta. No dia a dia de pessoas simples, em nosso cotidiano, temos os gananciosos de plantão.
É fato que, desde todos os tempos, o homem tem o seu caráter corrompido pela ganância, para comprovarmos isso, basta observar a história da Humanidade. Em todas as épocas, percebe-se que a ganância sempre dominou o ser humano e, até hoje , este é corrompido pelo desejo desenfreado de dinheiro e poder.
Verdadeiras atrocidades são cometidas, em nome da ganância, afetando muitas vidas indefesas ante a fúria que transforma homens em bestas humanas.
A desigualdade social comprova esses excessos humanos. Completude, contentamento, mentes equilibradas parecem inexistirem nesse cenário de horrores em que se transformou o mundo.
Estamos cercados pela ganância de poder, de bens materiais, status; mede-se o valor da pessoa pelo que ela tem. Com isso, a ganância atropela os valores morais, corrompe, seduz, desnorteia. E os valores que tornam o ser mais humano vão sendo esquecidos.
 A paz não mora no coração do ganancioso. Quem consegue ser feliz dessa forma? Este pensa ser feliz, mas, na verdade, está se enganando, sobretudo, quando só vê a ambição à sua frente e o desejo de obter sempre mais e mais. Esquecendo-se de viver, de ter momentos de paz e lazer com sua família, amigos... Se pensasse que a felicidade não se encontra no ter, mas, sim, no ser, o ganancioso muitos males para si evitaria.
Por que não ter ganância para oferecer mais alegria a quem convive conosco? Para fazer um trabalho de qualidade, generoso, sem ansiar pelas recompensas materiais? Por que tudo deve ter um bônus? Há ganância pelos melhores lugares, desde um simples banco de escola até a mais elevada posição no emprego, mas não há quando se trata de solidariedade, de fazer o bem, de oferecer conforto ao coração. Estamos num tempo de “cada um que corra atrás”. E a corrida é disputada; os mais frágeis são atropelados. A ganância atropela a sensibilidade, esquece a simplicidade e desconhece a humildade e a gratidão.
A beleza da vida não está no ouro que brilha nas joias e atraem os ladrões. Mas, na joia da amizade verdadeira, que aquece os corações; na paz do lar humilde, onde o amor e o respeito impera, na sensibilidade de apreciar as pequenas belezas da vida, como o canto de um pássaro, o colorido da borboleta que beija a flor do campo, ou o sorriso de uma criança a brincar.
Ganância... Não traz paz, nem felicidade. Simplicidade é o melhor caminho.
(Texto a cinco mãos pelas escritoras Cristiane Vilarinho, Maria Luíza Faria, Nell Morato, Suely Sette e Vólia Loureiro)